Para além da transferência de renda
estratégias para a permanência estudantil na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS)
DOI:
https://doi.org/10.34019/1984-5499.2025.v27.50046Palavras-chave:
Interculturalidade, Movimentos sociais, DescolonialidadeResumo
As cotas raciais democratizaram o acesso, mas expuseram também a hostilidade epistêmica, impulsionando a demanda por diversidade de epistemes dentro das universidades. Este artigo questiona a neutralidade da universidade moderna, revelando-a como reprodutora do sistema-mundo moderno/colonial. Por meio do pensamento descolonial, explora como os conceitos de colonialidade do poder, saber e ser questionam o eurocentrismo que promove o epistemicídio de saberes não-ocidentais. O artigo destaca a atuação dos movimentos sociais, especialmente negro e indígena no Brasil, pela inclusão de grupos historicamente marginalizados nas instituições de ensino superior públicas, por meio das ações afirmativas. O caso da UEMS ilustra essa tensão: apesar de políticas de ações afirmativas pioneiras, a universidade ainda reflete hierarquias e reprodução dos conhecimentos exportados do norte global. Contudo, cursos como Agroecologia e Pedagogia Interculturais representam um avanço rumo a interculturalidade crítica almejada. Em suma, a "crise" atual na universidade é um motor de sua transformação em busca de um horizonte pluriepistêmico.
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