Religiões em Romances
Abstract
Ao invés de propor uma longa resenha, este artigo busca salientar os fios que ligam entre si três obras que "traduziram" religiões em romances. Fazendo uso de uma variedade de personagens e enredos, Shafique Keshavjee, Catherine C1ément, Jostein Gaarder e outros navegam pelas histórias das religiões e apresentam o que cada uma contém, tanto em termos de suas virtudes como de suas crueldades. Os romancistas põem a descoberto dimensões mais profundas nos discursos religiosos sem assumir compromissos dogmáticos, embora não ignorem a importância do dogma. Assim, comprometendo-se com todas as religiões e com nenhuma, os autores falam a respeito de deuses e deusas, de Deus, de demônios, de guerra, paz, felicidade, céu, Nirvana, morte, vida, doença, saúde, etc. Afinal de contas, as religiões são mundos que construímos usando palavras que portam sonhos, temores, esperanças, justiça, amor, etc. Shafique Keshavjee descreve o diálogo inter-religioso com base num conto sobre Deus e as religiões, cujo propósito era dar a um rei elementos que lhe permitissem escolher uma religião para seus súditos. Também viajamos com Théo para o mundo de centros religiosos criado por Catherine Clément. Várias interpretações e sugestões terapêuticas para a doença incurável de Théo são oferecidas pelas diversas religiões. Finalmente, com o Livro das Religiões, escrito pelo autor de O Mundo de Sofia, acrescentamos um nó a mais à "teia", só a fim de criar mais um "buraco": "Quem sou eu? De onde eu vim? Para onde irei?" Todas estas são perguntas com base nas quais Gaarder e seus co-autores descrevem a história das religiões. De minha parte, participo de um lugar não autorizado pelos romancistas cujas obras apresento de forma resumida.
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