Madalena Schwartz
um percurso migratório na fotografia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.34019/2525-7757.2021.v6.32685Palavras-chave:
Madalena Schwartz, Fotografia, Migrações, Leste EuropeuResumo
A natureza complexa das migrações implica uma abrangência do fenômeno pelas mais variadas instâncias de criação e de reflexão, dentre as quais a perspectiva artística, e em especial a fotografia, assume um enquadramento propositivo de análise. Neste artigo, pretende-se examinar a questão estudando alguns episódios do percurso migratório de Madalena Schwartz (1921-1993), fotógrafa húngara que se estabeleceu Brasil nos anos 1960, depois de viver na Argentina desde a década de 1930. Essas duas travessias (Budapeste – Buenos Aires – São Paulo) são privilegiadas a fim de investigar as artes, as migrações e a dimensão de gênero como marcadores presentes na experiência de Schwartz, privilegiando dois enfoques centrais. O primeiro enfoque apresenta momentos fotográficos de sua trajetória – como a sua participação no Foto Cine Clube Bandeirante, a criação de ensaios comissionados para revistas, a exibição de retratos em exposições de museus e uma leitura editorial de sua produção em catálogos e fotolivros. O segundo enfoque amplia a análise de Schwartz para as trajetórias de outras fotógrafas imigrantes, como Hildegard Rosenthal, Alice Brill, Maureen Bisilliat e Claudia Andujar, procurando identificar correlações possíveis entre os trânsitos e atuações delas no campo cultural no Brasil. Ambos os enfoques procuram evidenciar as potencialidades expressivas e propostas fotográficas de Madalena Schwartz entre as décadas de 1960 e 1990, percurso no qual a dimensão de gênero é uma categoria transversal, no sentido de identificar os processos de presença e atuação das mulheres nos fluxos migratórios e nas esferas artísticas.
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