“Laura em aimará”: referências italianas na dinâmica cultural andina proposta por Gamaliel Churata

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-0836.2024.v28.44914

Palavras-chave:

Gamaliel Churata, Dinâmica relacional andina, Morte, Dante, Petrarca

Resumo

O escritor peruano Gamaliel Churata (1897-1969) incorpora na sua obra personagens e referências italianas que devem ser compreendidas a partir da dinâmica cultural que o autor propõe a partir das culturas andinas, que configuram o eixo discursivo da obra do ponto de vista temático, filosófico e linguístico. Em um primeiro momento, vai ser descrita a militância vanguardista de Churata nos anos vinte na revista Boletín Titikaka  (1926-1930) e o conceito de indoamericanismo desenvolvido por ele, pois implica uma definição da identidade americana fundada no reconhecimento contemporâneo das culturas originárias (com forte crítica ao colonialismo interno das repúblicas americanas) mas aberta à diferença. A seguir, o sistema estético dos tecidos andinos oferecerá modelos de relação, como o tinku e as k’isas, que implicam tensão e metamorfose. Com base nesse paradigma relacional, poderá ser entendido o lugar que a obra de Churata oferece a Dante e Petrarca, onde os versos, personagens e palavras em italiano entram em um diálogo ativo com a concepção andina da morte como semente e continuidade e, em certa forma, se aimarizam.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Meritxell Hernando Marsal, Universidade Federal de Santa Catarina

Meritxell Hernando Marsal é professora no Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras da Universidade Federal de Santa Catarina, e atua nos Programas de Pós-Graduação em Literatura e Estudos da Tradução. Sua pesquisa está voltada para as relações entre feminismos, literatura, tradução e poder, com atenção para os discursos não canônicos, que pela língua, pensamento ou lugar de fala obrigam a uma transformação da concepção do literário. Tem estudado com afinco a obra do escritor Gamaliel Churata e os discursos contra-hegemônicos andinos. Também atua como tradutora do catalão e, junto com be rgb, traduziu para o português obras de Maria-Mercè Marçal, Marta Orriols e Eva Baltasar.

Referências

ALIGHIERI, Dante. A divina comédia. Tradução de Italo Eugenio Mauro. São Paulo: Editora 34, 1998.

ARNOLD, Denise; YAPITA, Juan de Dios; ESPEJO, Elvira. Hilos sueltos: los Andes desde el textil. La paz: Ilca; Plural, 2007.

ARNOLD, Denise. El rincón de las cabezas: Luchas textuales, educación y tierras en los Andes. La paz: Ilca, 2017.

BADINI, Riccardo. La hermenéutica germinal de Gamaliel Churata. In: CHURATA, Gamaliel. La resurrección de los muertos. Edição de Riccardo Badini. Lima: Asamblea Nacional de Rectores, 2010, p. 23-38.

BADINI, Riccardo. Churata y la Resurrección de los muertos. La primera, 12 agosto 2010b. Disponível em: https://www.librosperuanos.com/autores/articulo/00000001343/Churata-y-la-Resurreccion-de-los-muertos. Acesso em: 17 abril 2024.

BOUYSSE-CASSAGNE, Thérèse; HARRIS, Olivia. Pacha: en torno al pensamiento aymara. In: BOUYSSE-CASSAGNE, Thérèse; HARRIS, Olivia; PLATT, Tristan; CERECEDA, Verónica. Tres reflexiones sobre el pensamiento andino. La paz: Hisbol, 1987, p. 11-60.

CERECEDA, Verónica. Aproximaciones a una estética andina: de la belleza al tinku. In: BOUYSSE-CASSAGNE, Thérèse; HARRIS, Olivia; PLATT, Tristan; CERECEDA, Verónica. Tres reflexiones sobre el pensamiento andino. La paz: Hisbol, 1987, 133-226.

CORNEJO POLAR, Antonio. O condor voa. Belo Horizonte: UFMG, 2000.

CHURATA, Gamaliel. El pez de oro. Madrid: Cátedra, 2012.

CHURATA, Gamaliel. La resurrección de los muertos. Edição de Riccardo Badini. Lima: Asamblea Nacional de Rectotes, 2010.

CHURATA, Gamaliel. Khirkhilas de la sirena. Edição de Paola Mancosu. La Paz: Plural, 2017.

HUAMÁN, Miguel Ángel. Fronteras de la escritura. discurso y utopía en Churata. Lima: Horizonte, 1994.

LUDUEÑA, Fabián. A comunidade dos espectros I. Antropotecnia. Tradução de Alexandre Nodari e Leonardo D’Ávila. Florianópolis: Cultura e barbárie, 2012.

MAMANI, Mauro (ed.). Boletín Titikaka. Edição fac-símile. Lima: Centro de Estudios Literarios Antonio Cornejo Polar; Lluvia Ediciones, 2016.

MONASTERIOS, Elizabeth. La vanguardia plebeya del Titikaka. Gamaliel Churata y tras beligerancias estéticas en los Andes. La Paz: IFEA; Plural, 2015.

MONASTERIOS, Elizabeth. La crítica de Gamaliel Churata al sistema filosófico de Platón o cómo construir un mundo a-teológico y des-jerarquizado. In: MONASTERIOS, ELIZABETH; MAMANI, Mauro. Gamaliel Churata: El escritor, el filósofo, el artista que no conocíamos. Pittsburgh: Instituto Internacional de Literatura Iberoamericana, 2019, p. 245-274.

NODARI, Gianandrea. Mariátegui antes de Mariátegui. El viaje a Italia y el fin de la “edad de piedra”, 1919-1923. Izquierdas, n. 39, p. 147-181, abril 2018.

PATERNOSTRO, César; FRAME, Mary; LIPPARD, Lucy; FERDINÁN, Valentín; TORRES, Cecilia de: Abstracción: el paradigma amerindio. Valencia: IVAM, 2001.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, Edgardo (ed.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000.

ROSTWOROWSKI, María. La mujer en el Perú prehispánico. Documento de Trabajo nº 72. Lima: Instituto de Estudios Peruanos, 1995.

ROSTWOROWSKI, María. Historia de Tahuantinsuyu. Lima: IEP; Promperu, 1999.

USANDIZAGA, Helena. Introducción. In: CHURATA, Gamaliel. El pez de oro. Madrid: Cátedra, 2012.

VICH, Cynthia. Indigenismo de vanguardia en el Perú: un estudio sobre el Boletín Titikaka. Lima: PUC, 2000.

VILCHIS, Arturo. Arturo Pablo Peralta Miranda. Travesía de un itinerante. México: América Nuestra - Rumi Maki, 2008.

Downloads

Publicado

2024-11-05