A infantilização de mulheres brancas:

dispositivo de raça, gênero e classe na construção de subjetividades

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DOI:

https://doi.org/10.34019/2318-101X.2022.v17.37908

Resumo

Este artigo busca discutir sobre a construção da subjetividade de mulheres brancas, enquanto infantilizadas. Para isso, nos valemos da Autoetnografia como método que nos permite trazer nossas vivências e experiências de mulheres negras na interação com as primeiras, pois construídas como a Outra das mulheres brancas, percebemos o quanto somos “adultizadas” desde tenra idade, colocadas na relação com elas enquanto suas conselheiras, cuidadoras, ouvintes e suporte, material e emocional. O arcabouço teórico para tecer nossas reflexões e embasar nossos argumentos é dado, sobretudo, pelos estudos sobre Relações Raciais e pela Teoria Feminista Negra.  As feministas negras mostram a intersecção nas formas de opressão e os impactos nas subjetividades e, por conseguinte, na forma de ser e de estar no mundo. Mulheres não partilham da mesma condição de gênero, uma vez que este marcador não dá conta, sozinho, de explicar as diferenças das nossas existências. Raça e classe nos distanciam e, por vezes, até mesmo da ideia de gênero que, como diz Angela Davis, nos foi negado quando quiserem se apropriar de nossa mão de obra, igualando-nos à força de trabalho dos homens negros ou nos animalizando. Mulheres brancas ocupam um lugar simbólico e estrutural, que lhes garante formas de tratamentos diferenciadas como a “paparicação” e a infantilização.

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Publicado

2022-12-23