“Mecanismos” Sociais e Sociologia Histórica-Comparativa: uma proposta Realista Crítica
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2019.v14.27893Abstract
A substância e os objetivos deste artigo estão contidos em seu título e subtítulo: ele usa a filosofia da ciência conhecida como “Realismo Crítico” para desenvolver uma teoria dos mecanismos causais, tanto naturais quanto sociais, na esperança de esclarecer certos debates em andamento dentro da sociologia histórica comparativa e ciência política comparativa, mas também nas ciências sociais e históricas em geral. Ele está construído em quatro partes. Como preâmbulo, começo descrevendo alguns dos pontos de referência do Realismo Crítico. Depois, na segunda parte, discuto uma série de falácias que surgem quando pensamos mecanicamente em mecanismos causais, usando como exemplos ilustrativos dois mecanismos paradigmáticos: o relógio e a fábrica de alfinetes. Na terceira parte, introduzo minha própria definição de mecanismos como poderes causais emergentes de entidades relacionadas com um sistema, a qual me refiro como modelo ECPRES. Na quarta seção, comparo o modelo ECPRES com outros modelos, especificamente aqueles desenvolvidos por teóricos da escolha racional e estruturalistas (conhecidos como “institucionalistas históricos”), argumentando que esses modelos são ontologicamente inadequados e/ou logicamente incoerentes, mesmo em suas formas mais desenvolvidas e diferenciadas. Finalmente, na conclusão, enumero e reflito sobre algumas das questões que enfrentam uma abordagem mecanicista da ciência social.