A Gênese da (In)Fidelidade Conjugal na Propriedade segundo a Odisseia
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-3446.2024.v12.41892Palavras-chave:
Odisseia; infidelidade; propriedade; liberdades sexuaisResumo
O objetivo é refletir sobre o problema da (in)fidelidade na sociedade grega apresentada na narrativa das aventuras de Odisseu na ocasião de seu retorno aos supostos braços de Penélope. A análise imanente de cantos da Odisseia foi o caminho utilizado na busca de respostas à indagação: em que medida as relações sexuais extraconjugais constituem-se como problema social para os homens e mulheres da Grécia antiga? Segundo fragmentos trazidos à tela, a Odisseia relata uma determinada ordem das coisas na qual a liberdade sexual do homem é plena, reforçando a desigualdade quando considerada a não liberdade da mulher. Porém não é o sexo, por natureza, que determina o limite da liberdade sexual; mas algo externo à relação: a propriedade privada e a posição social dela decorrente. Assim, não colocando em risco as propriedades, a relação extraconjugal não é, para o homem, uma infidelidade; configurando-se assim para a mulher esposa, apenas porque ela, em si, é uma espécie de propriedade do homem.
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