“Natureza”, “substância” e metáfora em Aristóteles
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-3446.2020.v8.32433Palavras-chave:
substância, natureza, linguagem, metáforaResumo
O propósito deste artigo é discutir um difícil trecho da Metafísica de Aristóteles (V. 4, 1015a11-13), no qual o filósofo parece identificar um uso metafórico do termo “natureza” (physis) para se referir às entidades que, em sua filosofia, são denominadas de “substância” (ousia). Defendo que Aristóteles, no referido trecho, se vale da noção exata de metáfora baseada em uma analogia (definida na Poética e na Retórica), a qual se funda na semelhança (ainda que tênue) entre duas relações (cada uma delas envolvendo dois itens relacionados). No trecho 1015a11-13, temos sentenças do tipo que usualmente empregamos, no nível da metalinguagem, para esclarecer o uso metafórico dos termos. Aristóteles pressupõe a seguinte semelhança: tanto a natureza como a substância são, em seus respectivos domínios, um princípio que garante (entre outras coisas) certas condições de persistência para aquilo de que são princípio. E isso basta para o uso metafórico de “natureza” para se referir a substâncias.
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