O Campo Turístico: uma perspectiva sócio-política para estudar a ação e sua estruturação

Autores

  • Thiago Duarte Pimentel Universidade Federal de Juiz de Fora/UFJF

DOI:

https://doi.org/10.34019/2448-198X.2020.v6.33132

Palavras-chave:

Bourdieu; Turismo; Campo Turístico; Ação coletiva organizada.

Resumo

Este artigo reúne e sistematiza desenvolvimentos anteriores realizados pelo autor com base no conceito de campo turístico, assim como explora algumas de suas implicações, em particular, para lidar com o problema da ação e interação social –dos diferentes agentes, sejam eles individuais ou coletivos–. A abordagem da teoria dos campos sociais para lidar com as ações e interações que ocorrem em um campo social empiricamente determinado - neste caso, o campo turístico - parece fornecer um modelo teórico capaz de compreender e explicar esta realidade, uma vez considerados os fatores internos e externos dos mesmos, sobrepondo-se aos modelos tradicionais, em particular os econômicos - sejam eles de oferta ou de demanda - que baseiam suas explicações em uma parte dos fatores. Enquanto a reprodução social do campo se explica pela tendência à conservação do capital, sobretudo, ligada a um pequeno grupo de atores que tende a determinar a direção da atividade de acordo com seus interesses privados, marginalizando a ação dos grupos mais fracos; a mudança social está geralmente relacionada à inclusão de novos agentes, capital ou estratégias de ação, o que implica na redistribuição coletiva dos capitais historicamente acumulados. A ênfase estritamente econômica dada à atividade pode ser superada pela existência de outros tipos de capital - social, cultural, ambiental, etc. - e suas implicações na conformação da estrutura do campo e no posicionamento dos agentes no mesmo.

Palavras-chave: Bourdieu; Turismo; Campo Turístico; Ação coletiva organizada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thiago Duarte Pimentel, Universidade Federal de Juiz de Fora/UFJF

Professor e pesquisador junto a Universidade Federal de Juiz de Fora/UFJF. Doutor em Ciências Sociais (Sociologia) pela UFJF. Mestre em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG. Bacharel em Turismo (Ênf. Planejamento Integrado) pela UFMG. Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/PPGCSO-UFJF e colaborador junto aos programas de Administração pública/PPGA-UFV e de Ciencias Sociales de la Universidad Autónoma de Sinaloa/UAS (México). Leciona nos cursos de bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas/BACH e de Turismo, ambos da UFJF. Coordenador do BACH, presidente do colegiado de curso e do seu núcleo docente estruturante. Editor Chefe e de Política Editorial do journal Anais Brasileiros de Estudos Turísticos/ABET. Líder do grupo de pesquisa Conhecimento, Organização e Turismo/COGITO (CNPq/ UFJF) e pesquisador dos grupos de pesquisa: Teorização do Planejamento Territorial do Turismo (USP), Gestão e Desenvolvimento de Territórios Criativos (GDTeC) e do Núcleo de Estudos Organizacionais e Sociedade (NEOS/UFMG). Coordena o Observatório Econômico e Social do Turismo/OEST e o Laboratório de Planejamento Turístico/LAPLANTUR. Membro titular e vice-presidente do Conselho Municipal de Turismo/COMTUR da cidade de Juiz de Fora/MG e líder do seu comitê de Pesquisa, Informação & Cultura. Membro do Comitê assessor de Pesquisa da UFJF, parecerista de agências de fomento (FAPEMIG/CNPq) e de periódicos nacionais e internacionais de turismo, administração e sociologia. Atua nas áreas de Sociologia, Administração e Turismo, com ênfase, nas seguintes linhas de pesquisa e campos temáticos: (1) Teoria Social - Ontologia, Epistemologia, Metodologia, Realismo Crítico e Hermenêutica; (2) Sociologia das Organizações - Espaço, Identidade e Poder, Gestão Pública e Social, Gestão Coletiva de Bens Públicos, e Desenvolvimento; (3) Turismo - Sociologia do Turismo, História e Modelos Explicativos, Espaço Turístico, Educação e Formação Profissional, Gestão e Planejamento do Espaço Turístico, Governança Territorial em Destinos Turísticos.

Referências

Bachelard, G. (2010). A experiência do espaço na física contemporânea. Rio de Janeiro: Contraponto.
Bourdieu, P. (1983). Algumas Propriedades sobre os Campos. En: Ortiz, R. Questões de sociologia (pp. 89-94). Rio de Janeiro: Marco Zero.
Bourdieu, P. (1993). Entrevista a Pierre Bourdieu. La lógica de los campos. Zona Erógena, 16, 1-14. Recuperado de: http//www.educa.ar.
Bourdieu, P. (1996). Razões Práticas: Sobre a teoria da ação. Campinas, São Paulo: Papirus.
Bourdieu, P. (1998). The essence of Neoliberalism: Utopia of endless explotation. 08 de deciembre, Le Monde Diplomatique.
Bourdieu, P. (2001). Las Estructuras Sociales de la Economía. 1ª Ed. [1ª Reimp. 2002] Buenos Aires: Ediciones Manantial SRL. 271p.
Bourdieu, P. (2004). From the King's House to the Reason of State: A Model of the Genesis of the Bureaucratic Field. Constellations, 11, 16–36., doi: 10.1111/j.1351-0487.2004.00359.
Bourdieu, P. (2008). Las formas del capital: capital econômico, capital cultural y capital social. Cap.4, pp.131-164. In: Bourdieu, P. Poder, Derecho y Clases Sociales. 2 Ed. (Spanish Edition). Desclée de Brouwer. 236p.
Butler, R. (1980). The Concept of a Tourist Area of Life Cycle of Evolution: Implications for Management of Resources. Canadian Geographer, 19 (1): 5-12.
Cole, S. (2009). A logistic tourism model – Resort Cycles, Globalisation and Chaos, Annals of Tourism Research, 36 (4) 689-714.
Friedberg, E. (1993). Las cuatro dimensiones de la acción organizada. Gestión y Políticas Públicas, 2(2), 283-313.
Gale, T. & Botterill, D. (2005) A realist agenda for tourist studies, or why destination areas really rise and fall in popularity. Tourist Studies, August, 5: 151-174.
Harré, R. (1988). As Filosofias da Ciência. Lisboa: Edições 70.
Hovinen, G. (1982) “Visitor cycles: outlook in tourism in Lancaster County” Annals of Tourism Research, 9, 565-583.
Hovinen, G. (2002) “Revisiting the Destination Life Cycle Model”, Annals of Tourism Research, 29 (1), 209-230.
Jenkins, R. (2006 [1992]). Pierre Bourdieu: key sociologists. New York (USA): Routledge /Taylor & Francis e-Library. (Series: The Open University). 137p.
Kuhn, T. S. (1962). The structure of scientific revolutions. Chicago: University of Chicago.
Oliveira, M. C. B. (2016). Acción Colectiva en el Campo Turístico y su influencia en la Agenda de Políticas Públicas en Juiz de Fora/Brasil y Mazatlán/México. Thesis (Master). Universidad Autónoma de Sinaloa, Culiacán, Sinaloa, México.
Oliveira, M. C. B. de; Pimentel, T. D. El Campo Turístico de la ciudad de Quito (Ecuador): un análisis del capital de sus agentes y de la (posible) acción colectiva sobre las políticas de turismo como objeto de disputa. Investigaciones turísticas, v. 6, p. 183-209, 2016.
Pimentel, M. P. C. y Pimentel, T. D. (2013). El Turismo y los Entornos Sociales: destinos y retos. ARENAS - Revista Sinaloense de Ciencias Sociales, 34, 117-129.
Pimentel, T. D. (2012). Space, Identity and Power: outline of a morphogenetic and morfostatic theory to the sociology of organizations. 2012. 471f. Thesis (Ph.D.) – Institute of Human Sciences, Federal University of Juiz de Fora, Juiz de Fora (MG).
Pimentel, T. D. (2015a) Tourist Field and the Agents’ Internal Path of Relationship in Tourist Destinations: some implications for governance. Association Internationale D'Experts Scientifiques Du Tourisme - AIEST Conference, 2015, Lijiang, China. Proccedings 65 AIEST Conference. Dufourstrasse, Switzerland: AIEST, 2015. v. 1. p. 1-9.
Pimentel, T. D. (2015b). Bourdieu, campo turístico y sus implicaciones para la gestión de los destinos turísticos. En: Gamboa, Silvestre F. & Campaña, Luis M. F. (Org.). Turismo en el sur de Sinaloa. 1ed.Mazatlán/Escuinapa (Sinaloa): Ediciones EON, 2015, 1, pp. 244-251.
Pimentel, T. D. & Pimentel, M.P.C. (2015) Destino Turístico como Construção Coletiva: os atores envolvidos e sua necessidade de articulação. Revista: Turydes Revista Turismo y Desarrollo. 18(8).
Pimentel, T. D.& Pimentel, M. P. C. (2013). Bourdieu, Tourist Field and its implications for Governance of Tourist Destinations. Association Internationale D'Experts Scientifiques Du Tourisme - AIEST Conference, 2013, Izmir, Turkey. Proccedings 10 AIEST Conference. Dufourstrasse, Switzerland: AIEST, 2013. v. 1. p. 1-9.
Thiry-Cherques, H. R. (2006). Pierre Bourdieu: a teoria na prática. Revista de Administração Pública - RAP, Rio de Janeiro (RJ), 40 (1): 27-55, Jan./Fev.
Vandenberghe, F. (2009). O esgotamento do novo movimento teórico e a era dos epígonos. In: Invenção do Contemporâneo, 2009, Campinas. CPFL. Palestra publicada em vídeo em: 09/10/2009 às 22:45:05. Disponível em: http://www.cpflcultura.com.br/site/2009/11/30/integra-o-esgotamento-do-%E2%80%9Cnovo-movimento-teorico%E2%80%9D-e-a-era-de-epigonos-frederic-vandenberghe/. Access: 25 ago 2011.
Vandenberghe, F. (2010). Teoria Social Realista: um diálogo franco-britânico. Belo Horizonte: UFMG Press.
Vandenberghe, F. (2010b). A era dos epígonos: a teoria social pós-bourdieusiana na França. In: Vandenberghe, F. Teoria Social Realista: um diálogo franco-britânico. Belo Horizonte (MG): Editora UFMG/ Rio de Janeiro (RJ): IUPERJ, 2010. pp.85-110

Downloads

Publicado

2020-12-30

Como Citar

Pimentel, T. D. (2020). O Campo Turístico: uma perspectiva sócio-política para estudar a ação e sua estruturação. Revista Latino-Americana De Turismologia, 6(1). https://doi.org/10.34019/2448-198X.2020.v6.33132