Tu também és um Mucker!

Esqueceram seu próprio nome?

Autores

  • Sidnei Vilmar Noé UFJF

DOI:

https://doi.org/10.34019/2236-6296.2024.v27.45540

Palavras-chave:

Mucker, Königsberg, Ferrabrás, Schönherr, Jacobina

Resumo

Uma chaga histórica reabre no bicentenário da imigração alemã: por que um punhado de pacatas cidadãs, que se reuniram sob um círculo essencialmente espiritual, acusado de Mucker, ensejou tamanha perseguição a ponto de ser massacrado? Como veremos desde um exemplo sincrônico a Königsberg, a resposta deve ser buscada na própria história trazida pelos emigrantes: a radicalidade da crença em uma relação direta com deus, facilitada por algumas naturezas especialmente dotadas, lá Schönherr e Ebel, cá Jacobina; a crueza da realidade que demanda uma subversão espiritual para se tornar um lugar habitável; a profunda suspeita em relação às autoridades instituídas; o anúncio do reino de Deus e do respectivo juízo; o contágio coletivo por essa cosmovisão até as últimas consequências. Logo, é uma história que criou sua rima peculiar aqui, e também, uma mitologia que se realizou à história e uma história que ascendeu ao mito.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BIRNBAU, Karl. Psychopathologische Dokumente. Berlin: Springer, 1920.

CARUS, Carl Gustav. Psique: sobre a história do desenvolvimento da alma. Trad. Sidnei V. Noé. Independently Published, 2021.

DAFFNER, Hugo. Zur Psychopathologie der Königsberger Mucker. Archiv für Psychiatrie. Band 67, Heft 2 und 3, 1923.

DER MUCKER IN DER EINSAMKEIT. Ein Beitrag zur Sitten-Geschichte des 19. Jahrhunderts. Leipzig: Literarisches Museum, 1837.

DOMINGUES, Moacyr. A nova face dos Muckers. São Leopoldo: Rotermund, 1977.

DREHER, Martin N. Protestantes-evangélicos: buscando entender. In: DIAS, Zwínglio M.; RODRIGUES, Elisa; PORTELLA, Rodrigo (Orgs.). Protestantes, evangélicos e (neo)pentecostais: história, teologias, igrejas e perspectivas. São Paulo: Fonte Editorial, p. 25-71, 2013.

DWDS. Verbete “Mucker”. Disponível em https://www.dwds.de/wb/dwb/mucker (visitado em 24.06.2024).

FUCHS, Willy. Der brasilianische Abend, eine Veranstaltung unserer deutsch-brasilianische Schule. In: ALZ, Porto Alegre, v. 31, nº. 2, fev, 1934.

GEVEHR, Daniel Luciano. Um jesuíta alemão no brasil meridional conta a história dos Mucker: o cenário e sua protagonista através da narrativa de Ambrósio Schupp. História, Histórias. Brasília, vol. 2, n. 4, 2014.

HUNSCHE, Carlos H.; ASTOLFI, Maria. 0 Quadriênio 1827-1830 da imigração e colonização alemã no RS. Porto Alegre, G&W, 2004.

KANITZ, Ernst Graf von. Aufklärung nach Actenquellen der den 1835 bis 1842 zu Königsberg in Preußen geführten Religionsprozess für Welt- und Kirchengeschichte. Basel/Ludwigsbrug: Balmer&Riehm, 1862.

KRETSCHMER, Ernst. Medizinische Psychologie. Leipzig: Thieme, 1922.

KONSCHEL, Paul. Der Königsberger Religionsprozeß gegen Ebel und Diestel. Königsberg: Thomas & Oppermann, 1909.

LEWALD, Fanny. Meine Lebensgeschichte. Berlin: Otto Jahnke, 1861.

MUXFELDT, Hugo. A chacina mucker: crônicas. Porto Alegre: Pallotti, 1991.

SCHLEIERMACHER, Friedrich Daniel Ernst. Dialektik. Berlin: G. Reimer, 1811.

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Über die Religion. Reden an die Gebildeten unter ihren Verächtern (1799/1806/1821). Studienausgabe. Niklaus PETER, Frank BESTEBREURTJE und Anna BÜSCHING (Ed.). Zürich: Theologischer Verlag, 2012.

SCHULTZ, Adilson. Bibliografia Mucker comentada. Protestantismo em Revista. Vol. 02, jan.-dez. de 2003. São Leopoldo: EST. Disponível em: http://periodicos.est.edu.br/index.php/nepp/article/download/2181/2083 (Visitado em 21.05.2023)

SCHUPP, Ambrósio. A tragédia histórica do Ferrabrás. Porto Alegre, Martins Livreiro, 1906.

STOLL, Otto. Suggestion und Hypnotismus in der Völkerpsychologie. Leipzig: von Veit, 1904.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL – TJRS. A segunda reportagem do caso dos Mucker. 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Amqziu46Urk (visitado em 28.06.2024).

Downloads

Publicado

2025-02-04

Como Citar

NOÉ, S. V. Tu também és um Mucker! Esqueceram seu próprio nome?. Numen, [S. l.], v. 27, n. 2, 2025. DOI: 10.34019/2236-6296.2024.v27.45540. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/numen/article/view/45540. Acesso em: 5 fev. 2025.