Quando a ideia se autorreconhece: psique e autoconsciência em Carl Gustav Carus
DOI:
https://doi.org/10.34019/2236-6296.2018.v21.22144Palavras-chave:
Psique, autoconsciência, Romantismo Alemão, Carl Gustav CARUSResumo
Resumo: Carl Gustav Carus (*1789 – Leipzig; † 1869 – Dresden) é um representante tardio do Romantismo Alemão. Situa-se teoricamente em uma linha que se estende desde Platão (se bem que, com uma incursão decisiva em ARISTÓTELES) até F. W. J. von schelling, passando por G. W. Leibniz, J. G. von herder e, especialmente J. W. von Goethe. O autor apresenta, ao longo de toda a sua obra, uma compreensão de um mundo «orgânico» em que tudo está intrinsecamente inter-relacionado. Isto, porque há um princípio, uma potência, uma ideia absoluta, que subjaz a tudo e quer se realizar em ato através de todas as manifestações da vida, passíveis de apreensão pelos sentidos. Esta ideia absoluta, em última análise, é o próprio deus. No ser humano esta potência pode se realizar em seu sentido pleno, através do percurso que parte de um estágio de inconsciência absoluta, passando por uma inconsciência relativa, até chegar à autoconsciência. Esta autoconsciência é idêntica, se bem que jamais possa alcançá-la plenamente, à consciência do fundamento da ideia que lhe deu origem; portanto, do próprio deus. Dela o ser humano emana e a ela, assim como as demais formas de vida, retorna, não sem deixar um rastro subjetivo no aprimoramento da própria ideia, através da sua mais ou menos bem-sucedida realização ao longo da vida.
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