Chamada para o Dossiê "Evangélicos e Política no Brasil: relações de poder e cruzadas morais"
De acordo com projeções recentes feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o Brasil terá maioria evangélica até 2032. Ademais, um estudo divulgado
pela Mar Asset Management prevê que, em 2026, a porcentagem de evangélicos irá superar
os 35% do conjunto da população brasileira. O protagonismo evangélico, no entanto, não se
restringe à esfera privada. Desde 2015, quando a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) foi
oficializada, tornando-se pessoa jurídica, o grupo recebeu o apoio de centenas de
parlamentares, inclusive não evangélicos, o que aumentou seu poder de articulação no
Parlamento e potencializou a força política da bancada evangélica. Diante desse cenário, não
é mais possível ignorar os vínculos que entrelaçam as esferas da religião e da política no país,
da mesma forma que se faz urgente pesquisar os novos elementos que caracterizam a
insurgência de um novo conservadorismo que une parlamentares religiosos e não religiosos
em uma atuação conjunta.
Nesse sentido, a Revista NUMEN apresenta o dossiê Evangélicos e Política no
Brasil: relações de poder e cruzadas morais, cujo objetivo principal é compreender os
reflexos do protagonismo evangélico na cena política brasileira ao longo do tempo e como
esse fenômeno resvala em outras esferas da sociedade.
Possíveis temas a serem abordados nos artigos (embora não exclusivamente estes):
- Frente Parlamentar Evangélica / Bancada da Bíblia;
- Relação da FPE com outras frentes parlamentares e articulação com congressistas não
religiosos;
- Participação institucional das igrejas na política partidária e nas eleições;
- Estudos de caso específicos de evangélicos na política (pastores e/ou fiéis);
- Impacto das eleições de Trump e de outros líderes da extrema-direita sobre os
evangélicos brasileiros;
- Teologia do Domínio;
- Relação entre coaching, Igreja e política.

