Migração a preto e branco: o trabalho artístico de Kara Walker
DOI:
https://doi.org/10.34019/2525-7757.2021.v6.32868Palavras-chave:
estereótipos, racismo, história, migraçãoResumo
O objetivo deste ensaio é promover a reflexão sobre as condições de vida dos afro-americanos, em particular das mulheres que têm sido as principais vítimas de racismo, exploração, segregação e violência nos Estados Unidos da América, com especial incidência nos estados do Sul. O corpus que propícia essa reflexão é a expressão plástica da artista afro-americana Kara Walker. As suas poderosas imagens, através das assemblages, instalações e silhuetas monocromáticas, narram a história da migração forçada de milhões de africanos transportados nas mais indignas e horríficas condições de sobrevivência em barcos negreiros rumo às Américas, narram ainda os horrores da escravatura e o dia-a-dia das escravas negras nas plantações dos estados sulistas, a Guerra da Secessão, e o quotidiano difícil dos cidadãos afro-americanos desde a abolição da escravatura até ao tempo presente. Igualmente relevante é a análise do sentimento de alienação perante “Si mesma” e os “Outros”, como cidadã norte-americana e artista, o que faz de Kara Walker uma “migrante no seu país”. São também descritos vários estereótipos relacionados com os atributos físicos de indivíduos negros e brancos nas obras de Walker, dentro do fenómeno da Alteridade, que funcionam como metonímias identificadoras de raça e género. A identificação literal e simbólica de cada personagem recortada em silhueta é fundamental para a compreensão da sua obra interpretativa da história dos EUA, daí a utilização de estereótipos provenientes da cultura popular de entretenimento como o cinema, a caricatura, as anedotas, entre outros.
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