O ruidoso silêncio da pixação: linguagens e artes de rua
Resumo
O presente texto aborda as várias formas de linguagem que povoam muros, paredes e outros sítios das metrópoles. As grandes cidades do século XXI têm se projetado como vitrinas de diversificadas narrativas estéticas e visuais, tal qual ampliadas florestas de signos urbanos. As paredes, assim como os demais suportes, assentam conteúdos de fácil leitura, e outros, propositalmente, decodificados apenas entre enturmados. Por meio de uma etnografia baseada no compartilhamento e apreciação de imagens entre grupos de pixadores, observa-se que a referida prática tem atuado como expressão gráfica que, no geral, dispensa palavras, estabelecendo uma curiosa ordem entre o visível e o indizível. Pode-se considerar que não necessariamente a escrita do pixo é uma manifestação da palavra. Daí se identifica um paradoxo, que se tornará mais perceptível ao longo do texto, trata-se de uma escrita que não escreve, que se sustenta na proibição. Assim se conclui que há uma pactuada recusa no universo da pixação de se deixar capturar e tomar parte de linguagem convencional a qual se organiza para comunicar, informar e, por fim, condescender entendimentos de natureza mais ampla e generalizada.
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