Muito mais que ornamentos
uma reflexão sobre as “coisas” em O zoológico de vidro, de Tennessee Williams
DOI:
https://doi.org/10.34019/2525-7757.2019.v4.32090Resumen
A peça teatral O zoológico de vidro (The Glass Menagerie), de Tennessee Williams, conta com a participação, além de suas quatro personagens (Amanda, Laura, Tom e Jim), de uma série de “coisas” fundamentais para a construção do drama. Este ensaio tem como objetivo refletir sobre o papel, o estatuto, as interrelações e as implicações estéticas, sociais e existenciais de tais “coisas”, estreitamente vinculadas ao “mundo” das personagens. Para tanto, recorrerá ao pensamento de Martin Heidegger, mais especificamente à sua compreensão sobre o ocupar-se (Besorgen) e o utensílio (Zeug), extraídas de Ser e tempo (parágrafos 12 e 15), e à sua distinção entre “coisa” (Ding), “utensílio” (Zeug) e “obra de arte” (Kunstwerk), formulada na primeira parte de A origem da obra de arte. Ao longo do percurso proposto, examinar-se-á, sobretudo, a “coisa-título” da obra, a saber, a coleção de bichinhos de vidro em miniatura de Laura Wingfield, juntamente com algumas “coisas” coadjuvantes e, até, uma “não coisa”, dotada de relevante interação com a “coisa-título”: a luz. Por meio da aplicação da fundamentação teórica heideggeriana às diversas “coisas” analisadas, complementada por textos de Meyer Schapiro e
Jacques Derrida, será possível aprofundar temas específicos da peça e problemas mais gerais do campo estético, como as relações entre ilusão e desvelamento, utilidade e inutilidade (ou efetividade e inutilidade, dentro do contexto de uma obra), assim como as distinções entre re-
missão e restituição, ornamento e obra de arte.
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