De Terra amarela a Em busca da vida
pintura, filosofia e a China pós-socialista
Abstract
Este artigo procura utilizar um conceito crítico de intermidialidade como ferramenta para uma abordagem histórica, estética e política da obra-prima de Jia Zhangke, Em busca da vida (San Xia Hao Re, 2006), partindo de sua relação profícua com a pintura de paisagem chinesa (em chinês, shanshuihua - pintura de montanha e água). Como irei demonstrar, a afinidade entre o filme de Jia Zhangke e a pintura de paisagem permite que o cinema se aproxime não apenas da pintura como também de tradições filosóficas, como o taoísmo e o confucionismo. Essa relação entre o cinema e a filosofia chinesa será, então, explorada a partir de um paralelo entre duas sequências cruciais no cinema da era pós-Mao, a primeira extraída de Terra amarela (Huang Tudi, 1984), dirigido por Chen Kaige e fotografado por Zhang Yimou, e a segunda, de Em busca da vida. Essas sequências sugerem que as especulações filosóficas acerca da natureza entre a figura humana, a paisagem e a sociedade ainda estão no centro das preocupações das artes visuais chinesas. Por outro lado, ensejam interpretações diferentes, que apontam para o caráter de ruptura contido no cinema de Jia Zhangke, capaz de dialogar com uma tradição e, ao mesmo tempo, subvertê-la.
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