Migração a preto e branco: o trabalho artístico de Kara Walker

Autores

  • Maria Ondina Pires Ministério da Educação

DOI:

https://doi.org/10.34019/2525-7757.2021.v6.32868

Palavras-chave:

estereótipos, racismo, história, migração

Resumo

O objetivo deste ensaio é promover a reflexão sobre as condições de vida dos afro-americanos, em particular das mulheres que têm sido as principais vítimas de racismo, exploração, segregação e violência nos Estados Unidos da América, com especial incidência nos estados do Sul. O corpus que propícia essa reflexão é a expressão plástica da artista afro-americana Kara Walker. As suas poderosas imagens, através das assemblages, instalações e silhuetas monocromáticas, narram a história da migração forçada de milhões de africanos transportados nas mais indignas e horríficas condições de sobrevivência em barcos negreiros rumo às Américas, narram ainda os horrores da escravatura e o dia-a-dia das escravas negras nas plantações dos estados sulistas, a Guerra da Secessão, e o quotidiano difícil dos cidadãos afro-americanos desde a abolição da escravatura até ao tempo presente.  Igualmente relevante é a análise do sentimento de alienação perante “Si mesma” e os “Outros”, como cidadã norte-americana e artista, o que faz de Kara Walker uma “migrante no seu país”. São também descritos vários estereótipos relacionados com os atributos físicos de indivíduos negros e brancos nas obras de Walker, dentro do fenómeno da Alteridade, que funcionam como metonímias identificadoras de raça e género. A identificação literal e simbólica de cada personagem recortada em silhueta é fundamental para a compreensão da sua obra interpretativa da história dos EUA, daí a utilização de estereótipos provenientes da cultura popular de entretenimento como o cinema, a caricatura, as anedotas, entre outros.

 

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Biografia do Autor

Maria Ondina Pires, Ministério da Educação

 

Ondina Pires, ligada à música moderna portuguesa como baterista, vocalista e compositora (grupos musicais: Ezra Pound e a Loucura, Pop dell’ arte ; The Great Lesbian Show); coletivo artístico Cellarius Noisy Machinae ; à expressão escrita, tendo já publicado os livros Scorpio Rising: Transgressão Juvenil, Anjos do Inferno e Cinema de Vanguarda, Biografia autorizada de Victor Gomes: Juntos outra vez  e Fátima kitsch: outra estética, ebook Drone Society (outros livros no prelo) ; à escrita jornalística, com textos de opinião estética e artística para jornais e revistas ; a colóquios culturais ; escrita de poesia editada em fanzines; a trabalho de tradução; à performance. Tem vindo a dedicar-se à expressão plástica como autodidata e tem participado em várias exposições coletivas de artes plásticas.

Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas

Mestrado em Estudos Americanos

Certificado de Avaliadora em Questões de Gênero

 

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Publicado

2021-08-13