As jornalistas sob ataque: um estudo sobre agressões às profissionais de imprensa em uma sociedade polarizada
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2021.v15.35226Palabras clave:
Mulheres Jornalistas, Jornalismo, Covid-19, Bolsonarismo, AgressãoResumen
Este estudo faz uma análise do material jornalístico que enfoca a agressão às mulheres jornalistas e, em particular, aquelas que atuam no telejornalismo brasileiro e que foram, de alguma forma, vítimas da ação de militantes bolsonaristas ou do próprio presidente Jair Bolsonaro desde a sua posse. O estudo envolve uma contextualização sobre o bolsonarismo, a radicalização política e os seus reflexos nas ações contra a pandemia da Covid-19. Considerando o contexto em que ocorrem as ações hostis, questiona-se se, ao informar sobre as agressões contra as jornalistas, as próprias empresas nas quais essas mulheres trabalham têm adotado estratégias para valorizar o esforço destas profissionais. Também busca-se saber se as empresas enfrentam a postura machista que caracteriza esses ataques ou se até mesmo tenham adotado estratégias de valorização do próprio jornalismo e de seus compromissos com a sociedade. O artigo também nos mostra que a repetição das agressões — que não morre nos fatos e prossegue com comentários dos grupos bolsonaristas nas redes sociais — é fruto de uma sociedade polarizada, demonstrando que a relação entre a política e o jornalismo no Brasil está se tornando mais tensa, e que isso pode alavancar a dramaticidade das coberturas e conquistar leitores e audiências, mas também afeta o status das empresas jornalísticas.
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Citas
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