As representações do masculino nas páginas pornográficas do site Hotboys
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2020.v14.26116Palavras-chave:
Hotboys, Masculinidade, Mídia, PerformatividadeResumo
Este trabalho busca entender como são construídas as representações do gênero masculino no site pornográfico Hotboys. A partir de uma perspectiva de análise do discurso com base foucaultiana buscaremos demonstrar como determinadas estratégias enunciativas utilizadas na produção das publicações em Hotboys contribuem para um processo de afirmação da performance masculina. Mais especificamente, o artigo investiga a construção e reprodução de estereótipos historicamente construídos sobre o papel do masculino a partir de uma matriz cultural heteronormativa que marca diferenciações entre
o homem ativo e o passivo. Nos interessa compreender como um site, que tem como alvo o público gay, produz discursos de virilidade, através do qual valorizam atributos corporais e comportamentais que reiteram o modelo cultural de masculinidade hegemônica. E, ainda, reforçam padrões normativos sobre o masculino colocando o homem afeminado num plano inferior e submisso. Isso acontece porque a heteronormatividade rege o afeto e o sexo, independentemente da orientação sexual. É como se essa norma fosse um guarda- chuva e nós estivéssemos abrigados debaixo dele. É algo mais amplo e mais definidor, uma regra, portanto, vertical que iremos questionar.
Downloads
Referências
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. 11.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do 'sexo'. In: LOURO, Guacira Lopes (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
______. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2003.
CORBIN, Alain; COURTINE, Jean-Jacques; VIGARELLO, Georges. História da virilidade Vol. 1: A Invenção da Virilidade: Da Antiguidade às Luzes. Petrópolis: Vozes, 2013.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996.
______. L’arquéologie du savoir. Paris: Éditions Gallimard, 1969.
______. História da sexualidade I: a vontade de saber. Trad. de Maria Thereza Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 19. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2009a.
______. História da sexualidade II: o uso dos prazeres. Trad. de Maria Thereza da Costa Albuquerque. 13. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2009b.
MAINGUENEAU, Dominique. O discurso pornográfico. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
MISKOLCI, Richard. A Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Sociologias, v. 11, n. 21, p. 150-182, 2009. Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-45222009000100008&script=sci_abstract&tlng=pt > acesso em: 6 de novembro 2020.
SARTRE, Maurice. Virilidades gregas. In: VIGARELLO, Georges. (dir.). História da virilidade. Vol. 1. A invenção da virilidade. Da Antiguidade às Luzes. Petrópolis: Vozes, 2012, P. 43.
TAMAGNE, Florence. Mutações homossexuais. In: COURTINE, Jean-Jacques. (dir.) História da virilidade Vol. 3: A virilidade em crise? Séculos XX e XXI. Petrópolis: Vozes, 2012.
THUILLIER, Jean-Paul. Virilidades romanas: vir, virilitas, virtus. In: VIGARELLO, Georges. (dir.) História da virilidade Vol. 1: A Invenção da Virilidade: Da Antiguidade às Luzes. Petrópolis: Vozes, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).