Judicialização da saúde pública e trabalho profissional: de estratégia a fluxo institucional
DOI:
https://doi.org/10.34019/1980-8518.2025.v25.45675Palavras-chave:
Estado, Judicialização, Saúde, Neoliberalismo, Serviço SocialResumo
Este artigo propõe debater a judicialização na saúde e suas implicações para o campo do trabalho profissional à luz de uma perspectiva crítica e marxiana. Trata-se de um estudo teórico e reflexivo realizado através das metodologias: revisão bibliográfica; qualiquantitativa; e observação participante. Esta pesquisa tem como objetivo contribuir para a produção teórica e crítica no campo das ciências sociais aplicadas e especialmente para o Serviço Social. Destaca-se como principal resultado que o recurso da judicialização é utilizado frequentemente como estratégia de garantia à acesso dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) a bens e serviços em saúde. Diante disso, reconhecemos a judicialização como parte da fetichização das relações sociais capitalistas, abordando as contradições do uso deste recurso no campo do trabalho profissional, destacando a necessidade da defesa coletiva pelo efetivo financiamento do SUS.
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