O homem para todas as estações: irracionalismo e neokantismo na sociologia de Max Weber

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/1980-8518.2024.v24.42805

Palavras-chave:

Irracionalismo, Razão formal, Decadência ideológica

Resumo

A sociologia de Max Weber emerge em uma Alemanha em que o irracionalismo era uma perspectiva ideológica muito forte. Deste ambiente intelectual marcado pelo pessimismo cultural (Löwy) o sociólogo de Heidelberg não passou incólume: na esteira de Georg Lukács, busca-se apresentar neste artigo as raízes irracionalistas do pensamento weberiano, sua conexão com o universo ideológico profundamente subjetivista e fatalista da Alemanha na fase imperialista. Entretanto, tais raízes do pensamento de Weber não se desenvolveram a ponto de o impedir de erigir uma epistemologia que enaltece a razão e a ciência, afastando-se em certa medida, do pensamento mítico e escapista do irracionalismo alemão. O autor é apresentado como uma bela síntese da “Cabeça de Janus” que caracteriza o pensamento burguês da decadência (Coutinho), um “homem para todas as estações” (Mészáros), capaz de sintetizar no seu corpus teórico o irracionalismo e a razão lógico-formal, o niilismo e a resignação heroica da vida na sociabilidade burguesa.       

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Biografia do Autor

Gabriel Magalhães Beltrão, Instituto Federal de Alagoas - IFAL

Doutorando em Serviço Social pela Faculdade de Serviço Social/UFAL, mestre em Sociologia pelo Instituto de Ciências Sociais/UFAL, graduado em Ciências Sociais pelo Instituto de Ciências Sociais/UFAL. Professor EBTT de Sociologia do Instituto Federal de Alagoas.

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Publicado

2024-06-28