Condição de saúde bucal e a percepção sobre atenção odontológica de gestantes
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2021.v47.32463Palabras clave:
Saúde Bucal, Cuidado Pré-Natal, GestantesResumen
Introdução: A gravidez é uma condição sistêmica que envolve mudanças fisiológicas e psicológicas complexas. Esse período também pode envolver uma variedade de alterações bucais, influenciadas por alterações hormonais e comportamentais. Apesar de assistência odontológica durante o pré-natal ser recomendada por diretrizes do Ministério da Saúde como parte integrante dos cuidados durante a gravidez, a demanda por serviços odontológicos ainda é baixa entre as gestantes. Objetivo: Identificar e analisar, por meio de uma investigação quanti-qualitativa, determinantes do atendimento odontológico durante a gravidez, com base em dados subjetivos relativos à percepção de saúde bucal de gestantes, bem como sua condição de saúde bucal. Material e Métodos: Participaram do estudo onze gestantes com pré-natal iniciado no Sistema Único de Saúde. Os dados foram coletados a partir de entrevista semiestruturada e exame clínico bucal. A análise quantitativa foi realizada por meio da distribuição das frequências dos dados tabulados e os dados qualitativos foram analisados por meio de análise de conteúdo temática proposta por Bardin. Resultados: O índice CPO-D das gestantes foi de 7,8, revelando uma alta prevalência de cárie. Em relação a condição periodontal, 81,8% apresentaram sangramento gengival à sondagem e 36,4% presença de bolsa periodontal. Os altos custos do tratamento odontológico, o medo, as crenças populares e a falta de informação das gestantes sobre a assistência odontológica durante a gravidez foram identificados como barreiras ao tratamento odontológico durante a gestação. Conclusão: Os resultados mostraram que, apesar de as gestantes possuírem necessidade de tratamento odontológico e reconhecerem esse fato, existem barreiras que dificultam sua adesão à atenção odontológica. Dentre estas, o desconhecimento da necessidade de tratamento odontológico neste período da vida foi a maior barreira identificada.
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