Evolução do estado nutricional frente ao diagnóstico de artrogripose: estudo de caso
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2024.v50.45821Palavras-chave:
Artrogripose, Desnutrição, Estado NutricionalResumo
Introdução: A Artrogripose Múltipla Congênita (AMC) é uma síndrome rara que engloba um conjunto de condições congênitas não progressivas com sintomatologia clínica caracterizada por contraturas em duas ou mais articulações, podendo afetar outros sistemas do corpo, levando a dificuldades de nutrição e podendo ser necessário o uso de vias alternativas de alimentação. O diagnóstico é essencialmente clínico e não possui tratamento definitivo, objetivando a melhora da qualidade de vida e da autonomia do paciente. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente portadora de AMC com dificuldades de sucção e ganho de peso admitida em internação no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) encaminhada pelo Programa de Follow-up de Recém-nascidos de Alto Risco, no qual realizava acompanhamento. Relato de Caso: Paciente, sexo feminino, 3 meses e 16 dias no momento da internação. Ao exame físico apresentava fácies típicas, orelhas com baixa implantação, com pavilhão auricular dismorfe, exoftalmia, hipertelorismo ocular, estrição de mobilidade articular, pé torto congênito bilateral e mãos em garra. Instalado catéter orogástrico visto a ineficiência da sucção e de deglutição. A reabilitação nutricional ocorreu de forma multiprofissional e com participação da família, proporcionando uma alta segura com consumo alimentar total por via oral. Discussão: Cerca de 25% dos pacientes possuem acometimento da região oral e maxilofacial, podendo prejudicar a alimentação e necessitando de vias alternativas de nutrição. A reabilitação depende de diversos fatores e da cooperação sinérgica entre cuidadores e profissionais. Conclusão: A AMC frequentemente está relacionada a outras síndromes, é importante o acompanhamento multiprofissional para proporcionar maior qualidade de vida e independência aos portadores.
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