Freud e a fralda: o desfralde como um rito de passagem

Autores

  • Lucélia Paula Cabral Schmidt Departamento Materno Infantil, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0002-1209-5313
  • Sabrine Teixeira Ferraz Grunewald Departamento Materno Infantil, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0003-1288-1338
  • Eder Schmidt Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2024.v50.43779

Palavras-chave:

Fraldas Infantis, Criança, Desenvolvimento Infantil

Resumo

Introdução: Diversos autores afirmam a influência de fatores fisiológicos e psicológicos no aprendizado do controle esfincteriano, destacando a aquisição desse controle como um marco de desenvolvimento da criança, envolvendo habilidades físicas e de relacionamento com o meio. Entretanto, propõe-se que o desfralde seja também um rito de passagem, uma resposta adaptativa obrigatória ao indivíduo quando forçado a mudar de posição dentro de um sistema. Objetivo: Destacar as dimensões social e cultural na aquisição do controle esfincteriano, um processo cujas inadequações estão incluídas entre os preditores para sintomas urinários e constipação na infância. Materiais e Métodos: O trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica realizada a partir dos temas “ritos de passagem” e “estágio anal do desenvolvimento psicossexual pela ótica freudiana”. Não foram aplicadas restrições por idioma, nacionalidade ou ano de publicação nos textos selecionados. Resultados: Constatou-se que na operação do desfralde, para além da dimensão fisiológica estão em jogo importantes fatores estruturantes do psiquismo e das relações sociais. Propõe-se a inclusão do desfralde na série de mudanças de status em que o indivíduo se vê implicado em sua relação com a sociedade. Além do aprendizado de um hábito, ocorre também uma importante passagem no curso do desenvolvimento mental e social da criança, estando em jogo a decisão entre satisfazer-se de forma livre ou ceder a condicionantes socioculturais para essa satisfação. Conclusão: Considerando o processo de aquisição do controle esfincteriano como uma metáfora do processo de internalização de códigos socioculturais, é possível a caracterização do desfralde como um rito de passagem.

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Referências

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Publicado

2024-07-01

Como Citar

1.
Schmidt LPC, Grunewald STF, Schmidt E. Freud e a fralda: o desfralde como um rito de passagem. HU Rev [Internet]. 1º de julho de 2024 [citado 2º de novembro de 2024];50:1-5. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/43779

Edição

Seção

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