Narrativas, literatura e jornalismo: esvaecimento das fronteiras e interpenetração em livros-reportagem

Resumo

Este artigo tem por objetivo destacar as interfaces entre jornalismo e literatura, com o uso de recursos literários em reportagens que transcendem o cotidiano das técnicas jornalísticas. O discurso da objetividade requerida pelos meios de comunicação não pode ser encarada como pré-requisito essencial para um jornalista, que deve buscar inspiração em outros discursos para poder levar ao leitor de maneira mais precisa os conflitos sociais. Sob uma
narrativa convencional, o jornalista tem mais dificuldades em perceber seu papel de “mudança” na estrutura social. O debate gira em torno da utilização por parte dos jornalistas da narração em terceira pessoa, com uma narrativa em que o autor narra de forma onisciente os acontecimentos que servem de base para produção de livros, como ‘Abusado’, do jornalista Caco Barcellos, ‘Essa Noite Liberdade’, de Delapierre e ‘A Mulher do Próximo’, de Gay Talese.