PLANOS DE AULA NO CONTEXTO DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL (ERE) NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ

Resumo

O fechamento das escolas brasileiras, no ano de 2020, devido à pandemia de Covid-19, pautado pelo Parecer CNE 05/2020, fez com que as secretarias estaduais e municipais de educação pensassem em soluções para o ensino remoto de forma emergencial (ERE). Dentre elas, o governo do Paraná disponibilizou uma série de planos de aula remotas de Língua Portuguesa para os ensinos fundamental e médio, que são usados desde o início de 2020, pelos professores da rede pública. Esses planos estão norteados pelo Currículo da Rede Estadual Paranaense – CREP, que se pauta, epistemologicamente, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Trata-se, portanto, de um novo material no contexto pandêmico para a sala de aula que pouco foi investigado. Diante desse contexto, no âmbito da formação inicial, uma das atividades previstas para as disciplinas de Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa, como para os Programas de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/Capes) e de Residência Pedagógica (RP/Capes), é a análise crítica de materiais didáticos que subsidiam o trabalho do professor. Dessa forma, o objetivo deste artigo é apresentar uma análise crítica de um plano de aula com o gênero entrevista, para o 6º. ano, disponibilizado na plataforma Registro de Classe Online (RCO), discutida em encontros de formação com alunos em formação inicial. Metodologicamente, efetuou-se uma comparação entre as partes constitutivas do plano e os conteúdos dos slides para verificar suas articulações teórico-metodológicas. Os resultados evidenciaram a desarticulação do conteúdo do material didático com a concepção de linguagem enunciativo-discursiva e, consequentemente, a inadequação do tratamento dado ao gênero discursivo e o desconhecimento da sua natureza sociodiscursiva.