Peregrinação e Autoetnografia -
(Des)cobrindo as masculinidades no Alto Minho
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2022.v17.38091Resumen
O trabalho etnográfico sobre o Auto da Floripes, teatro popular e ex-libris da cultura do Alto Minho, localizado na região Norte de Portugal, possui como narrativa central a batalha entre turcos e cristãos. A performance de cariz que se assemelha aos autos vicentinos, seja na estrutura de representação ou nas mensagens moralizantes contidas no texto, acabam por reverberar nas vivencias locais. O ritual de iniciação masculina do grupo dos atores se converte em um sistema de exclusão e exclusividade no Lugar das Neves, através da definição de comportamentos a serem representados socialmente. A elaboração de uma autoetnografia, enquanto metodologia antropológica, coloca-me na posição de aprofundar as questões de gêneros que são vivenciadas nas sociedades estudadas. Para a composição desta pesquisa as minhas experiências pessoais enquanto jovem antropólogo, brasileiro e gay me ajudaram a tecer, a partir das teorias dos estudos queer, um diálogo com as questões e reivindicações dos sistemas hegemônicos e normativos de gênero.