Autoetnografia e a potência do habitar e (des)aprender com territórios indígenas:
contribuições para de(s)colonizar a Psicologia
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2022.v17.38041Resumen
Neste estudo, através da autoetnografia performativa crítica, compartilhamos parte de nossa experiência de habitar e (des)aprender com os povos originários. Situamos nossa trajetória de formação colonizada, individual e coletiva, e os processos de de(s)colonização dos sentidos a partir do encontro e (re)conhecimento dos povos Kaiowá e Guarani. Nosso caminho metodológico esteve composto pela condição de habitar e coexistir em espaços públicos e institucionais com os/as Kaiowá e Guarani, a participação em atividades auto-organizadas pelos movimentos étnico-sociais destes povos, o registro em diário de campo, análise de documentos e a produção de registros fotográficos. Neste texto, temos como objetivo problematizar as ideologizações colonialistas constituintes de nossos imaginários colonizados e socializar as potencialidades de(s)coloniais em de(s)aprender com os povos a partir da condição de habitar o campo e permitir que ele nos habite. Ressaltamos o engajamento das políticas de pesquisa e escrita comprometidas com os povos como horizonte para a produção de conhecimentos epistemologicamente desobedientes na ruptura com as compreensões e práticas desumanizantes. Propomos, desde nossa experiência de viver, estudar e trabalhar com os/as Kaiowá e Guarani, a sensibilidade psicossocial e escuta de(s)colonizada como possíveis contribuições para de(s)colonizar os conhecimentos psicológicos.
Palavras-chave: Povos Indígenas. Psicologia Social. Autoetnografia. Colonialidade. De(s)colonização.