Domínios de existência: realismo crítico e ontologia estratificada do mundo social

Autores

  • Gabriel Peters Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

DOI:

https://doi.org/10.34019/2318-101X.2019.v14.27895

Resumo

O artigo acompanha a passagem do “realismo transcendental” ao “naturalismo crítico” no trabalho de Roy Bhaskar, com um foco especial sobre a “ontologia estratificada” que o autor extraiu de suas análises das ciências naturais e sociais. Ao unir suas caracterizações ontológicas da natureza e da sociedade sob o guarda-chuva filosófico do “realismo crítico”, Bhaskar retrata o mundo como um conjunto de “sistemas abertos” nos quais entidades dotadas de potenciais causais intrínsecos, ao entrarem em complexas relações que ativam ou bloqueiam tais potenciais, geram sequências de eventos. Transposta para a investigação do mundo social, essa ontologia disposicional evita tanto a redução individualista quanto a reificação coletivista, reconhecendo a realidade das estruturas sociais sem negar que a efetivação de seus poderes causais é mediada pelos poderes causais dos agentes humanos por elas influenciados. O texto é concluído com a apresentação de um dos modelos da estratificação ontológica da vida social oriundos do realismo crítico. Ao tomar os níveis individual, interacional, institucional, estrutural e cultural da sociedade como relativamente autônomos e, ao mesmo tempo, interinfluentes, uma teoria social realista supera reducionismos a priori e oferece uma orientação analítica fecunda para a pesquisa empírica do mundo social.    

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Publicado

2020-01-17