O frigorífico na aldeia: algumas implicações do trabalho nas indústrias de carne para os Kaingang do Toldo Chimbangue

Autores

  • Míriam Rebeca Rodeguero Stefanuto Universidade Federal de São Carlos

Resumo

 

Um número bastante expressivo dos Kaingang da Terra Indígena Toldo Chimbangue tem sido empregado nos frigoríficos da região de Chapecó-Santa Catarina, fato que é muito bem expressado na fala de uma Kaingang: Difícil é encontrar aqui no Chimbangue alguém que nunca trabalhou num frigorífico[1]. A constatação, certeira, vem de encontro a um cenário que começou, segundo os relatos, por volta do ano de 2008. Na época, as indústrias divulgaram na Terra Indígena a procura por mão de obra e já realizaram o cadastramento daqueles que estavam interessados. Muitos começaram a trabalhar nos frigoríficos a partir deste momento, alguns permanecem até hoje, mas a maioria costuma mudar frequentemente de empresas ou trabalhar nos frigoríficos de maneira intermitente. O objetivo principal deste artigo é apresentar alguns dos desdobramentos possíveis para os Kaingang de um emprego que os retira diariamente do espaço da aldeia e oferece condições de trabalho já fartamente denunciadas. Nesse sentido, a pesquisa buscou explorar as relações entre o trabalho realizado nos frigoríficos e o modo de vida Kaingang no que diz respeito as relações com os animais, à alimentação e, principalmente, às noções de trabalho. Espera-se, em alguma medida, contribuir com a problematização dessas questões.

 

Palavras chave: Kaingang; trabalho, animais; alimenação


[1] Falas ou termos preferidos pelos Kaingang, ou que são utilizados pelos Kaingang, estão escritos em itálico neste texto.

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Biografia do Autor

Míriam Rebeca Rodeguero Stefanuto, Universidade Federal de São Carlos

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos

Mestranda em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos

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Publicado

2017-02-21