Bois Caiman: as metáforas da história e a realidade dos mitos na construção da identidade (inter)nacional do Haiti

Autores/as

  • José Renato Baptista Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Humanas Departamento de Ciências Sociais

Resumen

O processo revolucionário que culminou com a independência do Haiti em 1804 é uma das páginas mais importantes da história do Ocidente. A independência da ilha de Saint Domingue causou profundos abalos no sistema colonial, portanto, é preciso entender o papel desempenhado pelo processo de libertação do Haiti do domínio colonial francês e seu significado mais amplo no plano das relações internacionais naquele período. O vodu desempenha um papel significativo neste processo fornecendo uma espécie de idioma comum através do qual as massas escravas se organizarão para levar a cabo a independência do Haiti. É nesta chave, portanto, que pretendemos abordar a “Cerimônia de Bois Caiman”, evento paradigmático deste processo de independência, tratado ora como “mito de origem” da nação, ora como fato histórico. Independente do que de realmente seja esta cerimônia, se fato histórico, mito ou ambas as coisas, importa perceber as apropriações do seu significado no campo das ideias e representações sobre o Haiti e seu povo, tanto do ponto de vista dos cidadãos nacionais daquele país, quanto do ponto de vista dos diversos agentes internacionais que circulam pelo país e que ajudam a modular a imagem internacional do Haiti.

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Publicado

2014-12-03