Dossiê Autoetnografias: (In)visibilidades, reflexividades e interações entre “Eus” e “Outros”

2022-01-18

Chamada para o Dossiê

Autoetnografias: (In)visibilidades, reflexividades e interações entre “Eus” e “Outros”

 

Organizadores:

Dr. Carlos P. Reyna (UFJF) e Dr. Silvio Matheus A. Santos (UNICAMP)

 

Envio de artigos: até 30 de maio de 2022

(Marque a opção “dossiê” no processo de submissão)

 

Resumo:

Existem muitos trabalhos nas Ciências Sociais que derivam, em grande medida, do próprio compromisso biográfico do autor com um dado mundo social. Alguns autores têm demonstrado que o empreendimento etnográfico é sempre, em algum grau, autoetnográfico, onde o “eu” do etnógrafo está sempre imbricado no processo de investigação. A autoetnografia advoga o relevo dos microprocessos (individuais) para o entendimento dos processos macrossociais, por exemplo, as desigualdades, as discriminações, dentre outras questões que interessam o campo das Ciências Sociais e outros campos interdisciplinares. Este método se mostra como uma abordagem que reconhece e envolve a subjetividade, memória, a emotividade e a perspectiva do(a) pesquisador(a) sobre a investigação. Além disso, ajuda a ampliar o entendimento das principais questões investigadas (questão racial e estudos de gênero, por exemplo) evitando as definições rígidas, e tornando, dessa forma, a pesquisa mais significativa e útil. É a partir das interações desses indivíduos, inclusive com os sujeitos pesquisadores, que poderemos estar mais próximos de captar o sentido das representações sociais e das estratégias individuais, permitindo um grau de análise social mais apurado. Logo, trata-se de um método que tem ganhado muita força na contemporaneidade e que advoga não apenas o reconhecimento da subjetividade e experiências como fatores importantes no processo de construção de conhecimento, mas também está associado à ideia de propostas (auto)etnográficas de variadas perspectivas: por exemplo, decoloniais, das relações raciais, de gênero, queer, feministas e feministas negras. Deste modo, percebe-se a existência de inúmeras possibilidades de (re)pensarmos tanto a função do sujeito/objeto como também outros modos de se fazer pesquisa na atualidade. Assim, este dossiê almeja receber trabalhos que visem repensar as dicotomias, indivíduo/coletividade, sujeito/objeto produtor de conhecimento, como também, artigos que potencializem reflexões e discussões sobre diferentes jornadas epistemológicas e metodológicas onde o sentido do “eu”, “outros” e do “nós” autoetnográficos sejam resultados de explorações, análises e estudos nas Ciências Sociais e áreas afins.

Nesse sentido, também serão muito bem vindos artigos ou trabalhos frutos de pesquisas que: a) utilizem a experiência pessoal de um pesquisador para descrever e criticar as crenças culturais, práticas e experiências; b) reconhecem e valorizam as relações de um(a) pesquisador(a) com os “outros” (sujeitos da pesquisa) e c) visem uma profunda e cuidadosa autorreflexão (entendida aqui como reflexividade) para aludir e interrogar as interseções entre o macro e micro, o sujeito e o social, o pessoal e o político; d) tratem de contextos de repressão estatal e possibilidades de resistência inerentes às diferentes histórias de vida e de autoetnografia; e) memórias e histórias de vida, diferentes formas de identidades; f) abordem diferentes “vozes”, autorrepresentações, gênero e interseccionalidade; g) apresentem narrativas de produções audiovisuais em primeira pessoa a partir da autoetnografia; h) discorram ou discutam sobre formas de desterritorialização de pesquisa, onde, contemporaneamente, a subjetivação do “atual” se atualiza no “virtual”; e, por fim, i) trabalhos que discutam as recentes formas de (re)interpretação/(res)significação das diferentes subjetividades no ciberespaço.

 

Para maiores informações, veja a chamada completa.