Pra me distrair e driblar a solidão:
sofrimento e trânsitos por redes sociais.
Abstract
Dentro do leque metodológico em que se ampara uma pesquisa qualitativa, a autoetnografia tem ganhado espaço singular pela possibilidade de acesso às subjetividades da pesquisadora. Ao escrever sobre si, automaticamente a/o leitora/r tem acesso ao arcabouço sociocultural em que se localiza determinada pesquisa, mas sobretudo, acessa uma narrativa única e própria de quem decide se vulnerabilizar diante de uma escrita que, por sua vez, dramatiza eventos e situações vividas no fazer etnográfico. Este artigo traz à baila um evento pessoal, ou seja, o acometimento da minha mãe por AVC’s que a deixaram completamente dependente dos meus cuidados, bem como, minha constante sensação de solidão e cansaço e, consequentemente, o meu uso das redes sociais com a finalidade de realizar desabafos sobre a situação em que eu estava localizada. Estes eventos atingiram diretamente o desenvolvimento da minha pesquisa e me convidaram a pensar sobre textos e estudos que relacionavam a etnografia virtual, a autoetnografia e antropologia do corpo e da saúde na prática da minha vivência.