"Sem capa": notas sobre o trabalho de campo de uma etnografia sobre o sexo bareback entre homens na cidade do Rio de Janeiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/2318-101X.2020.v15.27151

Resumo

Este artigo tem por objetivo apresentar reflexões sobre o trabalho de campo de parte de uma pesquisa realizada na cidade do Rio de Janeiro entre os anos de 2017 e 2018 entre grupos de homens que se relacionam sexualmente com outros homens, exclusivamente praticantes do sexo sem preservativo – também conhecido como ‘bareback’. As análises desenvolveram-se a partir do trabalho da observação direta destes grupos, num trabalho de campo que suscitou alguns questionamentos metodológicos e éticos que dialogam com a reflexão antropológica contemporânea, sobretudo com estudos recentes sobre práticas eróticas e sexualidade. Destacam-se nessa investigação duas particularidades: a primeira foi a dificuldade em ultrapassar a fronteira do óbvio na abordagem da prática bareback, sobretudo nos estágios iniciais da pesquisa; a segunda foi a questão de como deveria o pesquisador se “situar” no campo.  Como pano de fundo, elege-se o contexto amplo cada vez mais conservador e reacionário frente a investigações científicas que, como a realizada, expõem certos “riscos sociais” e que, de certa forma, colocam em xeque moralidades instituídas que incidem sobre o indivíduo e seu corpo.

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Biografia do Autor

Vladimir Porfirio Bezerra, IFF/Fiocruz, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Psicólogo (UNESA-RJ), especialista em Gênero, Sexualidade e Direitos Humanos pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/ Fiocruz - RJ). Mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Doutorando em Saúde Coletiva com ênfase na saúde da Criança e da Mulher (IFF-Fiocruz). Pesquisador associado ao Grupo DADÁ - Grupo de Pesquisa em Relações de Gênero, Sexualidade e Saúde da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE - UAST). Tem experiência e interesse em estudos que abordam gênero, sexualidade, corporalidade e violência, numa perspectiva interdisciplinar entre as Ciências Sociais, a Teoria Psicanalítica e a Saúde Coletiva. Profissionalmente, atua em consultório particular e como consultor de políticas públcas para organismos não governamentais e organizações de saúde.

Sonia Giacomini, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Antropóloga. Socióloga. Pesquisadora e docente do departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

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Publicado

2020-04-15