“Então eu não tenho mais nada a perder mais, não, irmão!”:
juventudes negras, violência e pedagogias culturais no Portal G1 de notícias
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2024.v19.43426Resumo
Neste artigo, são exploradas as complexas relações entre juventudes negras, (in)visibilidade e violência, focando nas possíveis reverberações desses contextos na formação de identidades. Para isso, contamos com o escopo teórico pós-estruturalista dos Estudos Culturais, tomando os conceitos de juventudes negras, mídia e necropolítica como ferramentas centrais, através das quais buscamos entender melhor essas intersecções. O objetivo é compreender como a precarização do espaço, o constante convívio com o medo e a ação policial moldam identidades desses jovens de maneira singular. Para tanto, as contribuições teórico metodológicas de autores como Fischer (1997), Hall (2008), Woodward (2008), Mbembe (2013), Camozzato e Costa (2013) são centrais. O material empírico considerou oito reportagens do portal G1 de notícias, produzidas entre junho de 2010 e agosto de 2019, abordando o episódio de sequestro do ônibus 174, ocorrido no ano de 2000, na cidade do Rio de Janeiro, tendo sido amplamente divulgado na e pela mídia. Os resultados evidenciam aspectos de uma sociedade que respalda a morte do outro-negro como algo banal, fazendo girar o ciclo de racismo estrutural e violência policial que acometem rotineiramente esses corpos.