Epistemologias marginais – pensando o fazer antropológico
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2023.v18.41951Resumo
O artigo apresenta uma análise dos intercruzamentos de métodos de pesquisa nas Ciências Sociais, especialmente no campo antropológico. Busca-se compreender como o cruzamento epistemológico pode contribuir para pensarmos as estruturas em que ancora as antropologias no Brasil e validar métodos considerados menos científicos por visibilizar a história da parcela subalternizada da sociedade a partir do reconhecimento das epistemes contidas nas suas trajetórias. Assim, é preciso entender que as mudanças estabelecidas em nível textual não garantem um aprofundamento em política e em epistemologia, e que para isto é necessário que a crítica antropológica ultrapasse os limites entre a crítica dos antigos escritos antropológicos e a aplicação das suas “leis”, e os metateóricos (como são chamados os teóricos produtores desta crítica) comecem a produção de epistemes que circulem sobre e dentro da margem, onde ficaram relegadas as vozes dos contribuintes das pesquisas nas Ciências Sociais. Por fim, cabe-nos refletir sobre métodos de pesquisa, como a Escrevivência, que deem notoriedade aos que sempre estiveram presentes nas pesquisas, mas somente no papel de objeto, é descolonizar os espaços acadêmicos para além dos discursos de reconhecimento científico das vivências desses sujeitos, saindo do campo do discurso e atuando na prática.