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Monogamia e (anti)colonialidades:

uma artesania narrativa indígena.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34019/2318-101X.2021.v16.34439

Resumo

Neste trabalho buscou-se apresentar perspectivas indígenas às noções de monogamia e não monogamia, tendo o conceito de colonialidade como principal chave de análise. Como inspiração cosmogônica, foi utilizado o conceito de “artesania narrativa guarani”, através do qual foram avaliados os efeitos e reverberações da cristianização na construção da monogamia em Abya Ayla. O trançado teórico-temporal do artigo foi realizado em três fios: no primeiro, foram investigadas as relações entre monogamia e cristianização; no segundo, os efeitos contemporâneos dos discursos presentes nas cartas jesuíticas e no terceiro apresentaram-se as perspectivas filosóficas guarani sobre não monogamia. O referencial teórico foi construído de modo interdisciplinar, contando com as contribuições de historiografias, estudos descoloniais, anticoloniais e relatos orais. Salientou-se que a monogamia insere-se em uma conjuntura dos sistemas coloniais de monocultura (monoteísmo, monogamia, monossexismo) os quais têm em comum os princípios da exclusividade, não concomitância e não convivência. Por outro lado, a não monogamia indígena teria como princípio a floresta como signo de diversidade e concomitância. Como resultado, pontuou-se a importância das vozes indígenas na articulação de perspectivas não monogâmicas e de lutas anticoloniais, rumo a um reflorestamento emocional das relações não só inter humanos, mas com o planeta. 

Palavras-chave: não monogamia indígena; artesania afetiva; colonialidade.

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Biografia do Autor

João Manuel de Oliveira, UFSC/ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa

oão Manuel de Oliveira é atualmente Professor Visitante Associado no Programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil. Trabalha sobre Estudos de Género, Estudos Críticos da Sexualidade e Teoria Feminista, assente num entendimento performativo do género, dentro de uma epistemologia feminista pós-estruturalista. As suas publicações recentes tratam de interseccionalidade e hifenização, homo/heteronormatividade, conhecimentos des/subjugados e genealogias excêntricas, teorias feministas anti-racistas e anti-essencialistas, teoria queer, estudos trans*, arte e dança contemporânea, as relações intrincadas entre conhecimentos, corpos, políticas e poder no quadro das economias políticas neoliberais. É Professor Visitante no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, onde é professor nos programas doutorais em Psicologia e Psicologia Social e investigador integrado no CIS-Instituto Universitário de Lisboa.

Mara Coelho de Souza Lago, UFSC

É Professora Emérita da Universidade Federal de Santa Catarina. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (1967), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (1983) e doutorado em Psicologia da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1991). Atualmente é professora titular aposentada da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, atuando como docente voluntária no Programa de Pós-Graduação em Psicologia - PPGP e no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas - PPGICH. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social, atuando principalmente nos temas gênero, gerações, subjetividades, modos de vida, com enfoque interdisciplinar. Participa do Instituto de Estudos de Gênero - IEG/UFSC. Participa da coordenação editorial da Revista Estudos Feministas.

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Publicado

2021-12-22

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