Gramsci e Mannheim: conceitos clássicos sobre intelectuais
DOI:
https://doi.org/10.34019/2318-101X.2019.v14.16938Resumo
O presente artigo trata dos aparatos conceituais de dois autores clássicos e pioneiros nos estudos a respeito de intelectuais: Antonio Gramsci e Karl Mannheim. Buscamos rever diretamente suas pesquisas e reflexões sobre o tema, analisando e comparando sociologicamente seus respectivos conceitos e observações, bem como levando em conta certos aspectos históricos de suas próprias trajetórias intelectuais. A relevância e a diversidade da recepção e do uso de seus arsenais teóricos correspondentes contrastam com a escassez de trabalhos exatamente sociológicos sobre os conceitos relativos a intelectuais de Gramsci e Mannheim, no contexto acadêmico brasileiro. Os dois autores foram contemporâneos e se debruçaram sobre a temática adotando perspectivas analíticas antagônicas. Gramsci analisa os intelectuais e os classifica numa tipologia que torna-se referência categorial e política, ao passo que Mannheim lança mão e acaba por consagrar teoricamente o conceito de intelligentsia. Exploramos, então, a oposição sociológica entre intelectualidade gramsciana e intelligentsia mannheimiana, a qual envolve significativas implicações sociais, políticas e culturais nas sociedades modernas e contemporâneas.