Entre a ira e a clemência: ambiguidades de Augusto nos Tristia de Ovídio

Autores

  • Júlia Batista Castilho de Avellar Mestranda em Literaturas Clássicas e Medievais no Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Faculdade de Letras da UFMG. Orientador: Prof. Dr. Matheus Trevizam, a quem agradeço pela leitura cuidadosa do texto e pelos comentários. O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Palavras-chave:

Augusto, Tristia, Ovídio, Dialogus de oratoribus, ambivalência

Resumo

Este trabalho investiga a figura de Augusto em algumas elegias dos Tristia de Ovídio, com base na identificação de ambiguidades em sua imagem. Pretende-se analisar até que ponto tais ambiguidades revelam relações também ambíguas entre o eu-poético e o imperador – por um lado, adulação e elogio, por outro, uma crítica irônica – e como isso se associa a uma espécie de retorização da literatura, discutida por Tácito no Dialogus de oratoribus. Para tal, serão abordados dois aspectos da representação de Augusto na obra: sua assimilação a Júpiter e os elementos de Roma apresentados como símbolos do imperador.

 

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Publicado

2015-09-10

Como Citar

BATISTA CASTILHO DE AVELLAR, J. Entre a ira e a clemência: ambiguidades de Augusto nos Tristia de Ovídio. Rónai – Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 14–30, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/ronai/article/view/23127. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos