A “casa” é minha: perspectivas e significados da “casa” na Rede Nhandereko de Turismo de Base Comunitária
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13830284Palavras-chave:
Turismo de Base Comunitária, Territorialidade, Comunidade Tradicional, Processo de Significação, Sociedade e turismoResumo
O artigo tem como objetivo identificar os sentidos e significados da "casa" como lócus da reprodução do modo de vida e dos saberes de indígenas, quilombolas e caiçaras, que se inserem em práticas ligadas ao turismo na construção de uma nova prática de fazer e saber: a Rede Nhandereko de Turismo de Base Comunitária. A pesquisa é embasada no campo teórico-conceitual que abrange as perspectivas de casa, local herdado, território e sítios simbólicos de pertencimento, e utiliza uma metodologia qualitativa, com viés antropológico, com ênfase na pesquisa de campo, entrevistas semiestruturadas, análise das narrativas de lideranças e comunitários, e pesquisa documental. As diversas perspectivas das “casas” do Turismo de Base Comunitária (TBC) da Rede Nhandereko revelam sua natureza multifuncional, pulsante, onde a privacidade, o refúgio e a segurança se associam com a realização das atividades turísticas como ferramenta e estratégia de mudança, evidenciando que estas se constituem de resistência cultural, territorial e econômica, além de valorizarem a identidade e história locais.
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