Leis estaduais de turismo de base comunitária do Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Pará: uma análise do princípio da participação social
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.14511152Palavras-chave:
Turismo de Base Comunitária, Políticas Públicas de turismo, Legislação Estadual de Turismo de Base Comunitária, ParticipaçãoResumo
O trabalho visa analisar as leis estaduais de turismo de base comunitária do Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Pará, sob a influência do princípio da participação. Além da pesquisa documental e bibliográfica, a metodologia da análise do conteúdo foi utilizada para refletir sobre a política pública de TBC no Brasil, tendo como objeto de análise as leis estaduais de TBC dos estados citados. A estrutura proposta e metodológica do artigo Community-Based Tourism in Developing Countries: A Framework for Policy Evaluation, com investigação do caso colombiano foi inspiradora para a análise, partindo da contextualização e do aporte conceitual sobre turismo de base comunitária, políticas públicas e participação. Como resultado da análise da categoria “definições”, nota-se que as leis expressam o princípio da participação de diferentes formas, sendo que nenhuma apresenta definição do termo. Em relação às duas categorias referentes à instância participativa, apenas duas leis preveem sua criação. A proposta da constituição de instâncias participativas que incluam as comunidades, tal como os Comitês Gestores e Conselhos Regionais do TBC, apresenta-se como caminho que favorece a consolidação do princípio de participação. O referencial metodológico possibilitou o aprofundamento do debate sobre participação nas políticas públicas de TBC.
Downloads
Referências
Almeida, F. A. B., & Castro, J. F. de. (2017). Planejamento do turismo de base comunitária: perspectivas críticas. Caderno Virtual de Turismo, 17(3), 66-81.
Bahia. (2019). Lei Ordinária nº 14.126, de 24 de setembro de 2019, que institui a Política Pública de Turismo Comunitário da Bahia. Salvador, BA: Assembleia Legislativa da Bahia. Recuperado de https://www.al.ba.gov.br/atividade-legislativa/proposicao/PL.-23.080-2019
Bardin, L. (2004). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bartholo, R., Bursztyn, I., & Delamaro, M. (2009). Turismo para quem? Sobre caminhos de desenvolvimento e alternativas para o turismo no Brasil. In R. Bartholo, D. G. Sansolo, & I. Bursztyn (Orgs.), Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras (pp. 76-91). Rio de Janeiro: Letra e Imagem.
Bordenave, J. E. D. (1994). O que é participação. São Paulo: Brasiliense.
Brasil. (2000). Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. 4ª Edição. Brasília: MMA/SBF.
Brasil. (2007). Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Brasília, DF: Diário Oficial da União.
Brasil. (2008a). Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo. Brasília, DF: Presidência da República.
Brasil. Ministério do Turismo. (2008b). Edital de Chamada Pública de Projetos MTur/nº 001/2008. Seleção de propostas de projetos para apoio às iniciativas de Turismo de Base Comunitária. Brasília: Ministério do Turismo.
Brasil. (2019). Decreto nº 9.763, de 11 de abril de 2019, que regulamenta o disposto no inciso XI do caput do art. 5º da Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre a Política Nacional de Turismo. Recuperado de https://legislacao.presidencia.gov.br/atos/?tipo=DEC&numero=9763&ano=2019 Acesso em: 15 jan. 2023.
Brasil. Instituto Chico Mendes De Conservação Da Biodiversidade (ICMBio). (2017). Edital chamada de propostas para fortalecimento de iniciativas de turismo de base comunitária. Brasília, DF: ICMBio-MMA.
Brasil. Instituto Chico Mendes De Conservação Da Biodiversidade (ICMBio). (2018). Turismo de Base Comunitária em Unidades de Conservação Federais: Princípios e Diretrizes 2018. Brasília: ICMBio.
Brasil. Instituto Chico Mendes De Conservação Da Biodiversidade (ICMBio). (2019). Turismo de Base Comunitária em unidades de conservação: caderno de experiências. Brasília, DF: ICMBio-MMA.
Brusztyn, I. (2012). Desatando um nó na rede: sobre um projeto de facilitação do comércio direto do turismo de base comunitária na Amazônia. (Tese de Doutorado em Ciências em Engenharia de Produção). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Campos Filho, A. V. C. (2021, 17 de março). Moraes, W. V. Políticas Públicas para o Turismo de Base Comunitária. [Webinar]. UFPR Litoral. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LBZo_7a5VnY
Colombia. Ministerio del Comercio, Industria y Turismo. (2012). Lineamientos de política para el desarrollo del turismo comunitario en Colombia. Bogotá: Ministerio del Comercio, Industria y Turismo.
Demo, P. (1991). Participação é conquista. São Paulo: Cortez.
Dourado, S. B. (2013). Direito à participação e direito à consulta. In A. W. B. Almeida, S. B. Dourado, D. da C. S. Lopes & E. F. Silva (Orgs.), Consulta e participação: crítica à metáfora da teia de aranha (pp. 39-62). Manaus: UEA Edições, PPGSA/PPGAS – UFAM.
Gauna Ruiz de León, C., & Gómez Delgado, A. B. (2021). As Percepções dos Residentes Sobre os Impactos do Turismo como Preditor de Participação Social. Revista Latino-Americana De Turismologia, 7(Single).
Gohn, M. da G. (2003). Conselhos gestores e participação sociopolítica (2ª ed.). São Paulo: Cortez.
Goiás. (2021). Lei nº 25.052, de 15 de julho de 2021, que institui a Política Estadual de Turismo de Base Comunitária no Estado de Goiás. Goiânia, GO: Assembleia Legislativa de Goiás. Recuperado de https://leisestaduais.com.br/go/lei-ordinaria-n-21052-2021-goias-institui-a-politica-estadual-de-turismo-de-base-comunitaria-no-estado-de-goias-e-da-outras-providencias
Graciano, P. F., & Holanda, L. A. de. (2020). Análise bibliométrica da produção científica sobre turismo de base comunitária de 2013 a 2018. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, 14(1), 161–179. https://doi.org/10.7784/rbtur.v14i1.1736
Maldonado, C. (2009). O turismo rural comunitário na América Latina: gênesis, características e políticas. In R. Bartholo, D. Sansolo, & I. Bursztyn (Orgs.), Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras (pp. 25-44). Rio de Janeiro: Letra e Imagem.
Mendonça, T. C. M., et al. (2014). O estado da arte do turismo de base comunitária no litoral do estado do Rio de Janeiro: abordagem teórico-conceitual, político-organizacional e iniciativas em curso. Relatório Final do Projeto. Período: Agosto/2013 – Julho/2014. UFRRJ.
Mendonça, T. C. M. (2004). Turismo e participação comunitária: Prainha do Canto Verde a “Canoa” que não quebrou e a “Fonte” que não secou”? (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Mendonça, T. C. M., & Moraes, E. A. de. (2012). Reflexões emergentes sobre turismo de base comunitária, à luz da experiência no "Paraíso Proibido": Vila do Aventureiro, Ilha Grande, Brasil. Journal of Tourism and Development, 4, 1169-1183.
Mendonça, T. C. M., Moraes, E. A. de., & Catarcione, F. L. C. (2016). Turismo de base comunitária na Região da Costa Verde (Rio de Janeiro): refletindo sobre um turismo que se tem e um turismo que se quer. Caderno Virtual de Turismo, 16(2), 232-248.
Minas Gerais. (2021). Lei nº 23.763, de 06 de janeiro de 2021, que institui a Política Estadual de TBC em Minas Gerais. Belo Horizonte, MG: Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Recuperado de https://www.almg.gov.br/legislacao-mineira/LEI/23763/2021
Moraes, E. A. de, Mendonça, T. C. M., & Pinheiro, C. V. (2017). Trilhando o turismo de base comunitária em Minas: um novo Caminho das Gerais. CULTUR, 11(1), fev. 2017.
Moraes, W. V. (2022, 30 de novembro). Engala: Políticas Públicas de Turismo de Base Comunitária. [Live]. TBC Rede pelo Brasil e o Mundo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=r8ndiMj8N-Y
Organização Internacional do Trabalho (OIT). (1989). Convenção sobre Povos Indígenas e Tribais, n. 169. Genebra: OIT.
Pará. (2022). Lei nº 9773, de 27 de dezembro de 2022, que institui a Lei Estadual de TBC no Estado do Pará. Belém, PA: Assembleia Legislativa do Pará. Disponível em: https://www.alepa.pa.gov.br/
Pimentel, T. D., & Pimentel, M. P. C. (2017). Políticas públicas de turismo numa perspectiva normativa comparada: os casos de Brasil e Espanha. PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 15(2), 293-310.
Pimentel, T. D., & Pimentel, M. P. C. (2013). Bourdieu, Tourist Field and its implications for Governance of Tourist Destinations. In Association Internationale D'Experts Scientifiques Du Tourisme – AIEST Conference, Izmir, Turkey (Vol. 1, pp. 1-9).
PNUMA. (2006). The Convention on Biological Diversity. Convention Text. Recuperado de https://www.cbd.int/convention/articles/?a=cbd-01
Rio de Janeiro (Estado). (2018). Lei nº 7884, de 02 de março de 2018, que institui a Política Estadual de TBC no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ: Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.alerj.rj.gov.br/
Rodríguez-Rodríguez, S. E. (2018). Turismo comunitario en Colombia: ¿retórica de estado? Turismo y Sociedad, 22, 195-212.
Saravia, E. (2006). Introdução à teoria da política pública. In E. Saravia & E. Ferrarezi (Orgs.), Políticas públicas; coletânea (pp. 19-42). Brasília: ENAP.
Souza, C. (2006). Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, 20-45.
Tenório, F. G., & Rosenberg, J. E. (1997). Gestão Pública e cidadania: metodologias participativas em ação. Revista de Administração Pública/FGV, 31(4), 101-125.
Tude, J. M. (2015). Conceitos Gerais de Políticas Públicas. In J. M. Tude, D. Ferro, & F. P. Santana (Orgs.), Gestão de Políticas Públicas (pp. 11-36). Curitiba: Iesde Brasil S/A.
Venezuela. (2012). Decreto Ley nº 9.044/12 — Ley Orgánica de Turismo. Caracas: Gaceta Oficial. Recuperado de https://faolex.fao.org/docs/pdf/ven119188.pdf
WWF-International. (2001). Directrices para el desarollo del turismo comunitário. Ledbury: WWF. Recuperado de https://wwfint.awsassets.panda.org/downloads/guidelinessp.pdf
Yanes, A., Zielinski, S., Diaz Cano, M., & Kim, S.-I. (2019). Community-Based Tourism in Developing Countries: A Framework for Policy Evaluation. Sustainability, 11(9), 2506. https://www.mdpi.com/2071-1050/11/9/2506
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Latino-Americana de Turismologia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Salvo quando expressamente indicado em contrário, todo o conteúdo desta revista (RELAT) está licenciado por Creative Commons, Atribuição Não Comercial / Sem Derivações / 4.0 / Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).
Portanto, os autores concordam que as obras publicadas nesta revista estão sujeitas aos seguintes termos:
1. A Universidade Federal de Juiz de Fora, por meio do seu Centro Latino Americano de Turismologia (CELAT), aqui denominado como o editorial, conserva os direitos patrimoniais (direitos autorais) das obras publicadas.
© Centro Latino Americano de Turismologia (CELAT), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), 2020.
2. Pode-se copiar, usar, difundir, transmitir e expor publicamente, desde que: i) seja citada a autoria e a fonte original de sua publicação (revista, editorial e URL da obra); ii) não seja utilizada para fins comerciais; iii) seja mencionada a existência e as especificações desta licença de uso.