Desenvolvimento comunitário e participação: organização de consenso e hegemonia burguesa no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-1247.2021.v15.30255Palavras-chave:
Desenvolvimento comunitário, Psicologia comunitária, Participação, Revolução passiva, Sociedade civilResumo
Este texto busca realizar uma avaliação teórica da possível funcionalidade de um modelo de trabalho comunitário em Psicologia para a construção de uma forma passiva de consenso dentro do conjunto de transformações ocorridas no Brasil durante os recentes governos do Partido dos Trabalhadores. Esse modelo é o do desenvolvimento comunitário, e o objeto da avaliação é a concepção de participação dele apreendida, abordada a partir das contribuições teóricas de Gramsci (1891-1937) sobre o Estado e sobre a noção de revolução passiva. Analisada a partir dessas chaves conceituais, tal concepção de participação parece não romper, em seus fundamentos, com a concepção de participação dos modelos aos quais o desenvolvimento comunitário se propõe como alternativa.
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