Gênero, sexualidade e subjetividade: Algumas questões incômodas para a psicologia

Autores

  • Karen Priscila Lima dos Anjos Programa de Pós – Graduação em Psicologia; Universidade Federal do Pará; Belém
  • Maria Lúcia Chaves Lima Programa de Pós – Graduação em Psicologia; Instituto de Ciências da Educação; Universidade Federal do Pará; Belém

DOI:

https://doi.org/10.24879/201600100020059

Resumo

A sexualidade constitui um dos principais dispositivos de controle e produção de subjetividade na sociedade ocidental. Desse modo, acredita-se que seja fundamental para a psicologia, na atualidade, problematizar alguns de seus conceitos basais que organizam a forma como entendemos a constituição dos sujeitos, muitos explicitamente pautados por uma lógica heteronormativa de gênero e sexualidade. O presente trabalho utiliza ferramentas teóricas apresentadas por Michel Foucault e Judith Butler para apontar incômodos epistemológicos e políticos decorrentes de uma adoção acrítica de noções naturalizantes de gênero, sexualidade e subjetividade por parte da psicologia. Ao final, a título de exemplo, apresentamos algumas notas acerca da produção discursiva da diferença sexual em um manual de desenvolvimento humano utilizado nos cursos de formação em psicologia.

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Publicado

2016-12-21

Edição

Seção

Artigos