O sagrado erótico em Je vous salue, Marie, de Jean-Luc Godard

Autores

  • Leyla Thays Brito da Silva UFPB

DOI:

https://doi.org/10.34019/2236-6296.2018.v21.22138

Palavras-chave:

Sagrado, Erotismo, Corpo, Godard, Bataille

Resumo

Este artigo tem como objetivo compreender a elaboração artística da matéria sagrada no filme Je vous salue, Marie, de jean-Luc Godard, a partir do conceito de Erotismo desenvolvido por Georges Bataille.  Na tradição bíblica, há um silenciamento em relação à experiência espiritual e corporal da Virgem Maria, ao longo da gestação de Jesus.  Godard, ao retomar a narrativa da “concepção imaculada”, interessa-se pelos processos psíquicos e somáticos da Virgem.  O texto fílmico de Je vous salue, Marie constitui uma provocação a partir do conflito entre a castidade de Maria e as idiossincrasias eróticas do seu corpo. Afastada do toque masculino de José, a personagem acolhe o Eros transcendente de Deus, porém, ao mesmo tempo, seu corpo libidinoso não silencia o desejo sexual.  Para Bataille, a sexualidade estaria na arqueologia de todas as modalidades de amor, até mesmo das que se voltam à transcendência divina. Nesse sentido, verificaremos a articulação do erotismo feminino com a matéria sagrada, enquanto concepção estética e filosófica do filme.

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Publicado

2019-02-06

Edição

Seção

Seção Temática: Cultura Visual e Religião