Tarefas e limites da psicologia da religião: uma perspectiva dialogal / Tasks and limits of psychology of religion: a dialogical perspective
Abstract
Resumo
Neste artigo o autor constata que no contexto de fala alemã o diálogo entre Teologia (religião) e Psicologia é marcado por um ceticismo recíproco. Esse fato incide desfavoravelmente sobre a Psicologia da Religião. Sustenta que a pesquisa da influência da religiosidade pessoal sobre a vida anímica é uma área genuína desta disciplina. Não obstante a constatação de uma falta de interesse pelo estudo sobre religiosidade e espiritualidade, vê sinais incipientes de um recomeço, uma vez que no início do século vinte a Psicologia da Religião de língua alemã ocupava um lugar de destaque. Constata também que ocorre um maior envolvimento da Teologia com a Psicologia do que o contrário. Aventa diversas razões para o fenômeno, entre as quais, destaca o fato de que experiências espiritual-religiosas se retraem à análise através do método científico. Constata ainda que Teologia (religião) e Psicologia se tornaram concorrentes na disputa pela alma humana. Sustenta que é fundamental traçar um limite claro entre um tratamento de cura psicológico, com o objetivo do reestabelecimento da saúde psíquica, e uma hermenêutica da vida, fundamentada religioso-cosmovisivamente, com o objetivo de fomentar uma autoconfiança existencial. Propõe possibilidades de colaboração, no sentido de que as questões relativas ao sentido e aos valores sejam de competência da Filosofia e da Teologia e que a tradução destes na realidade da vida concreta seja tarefa da Psicologia. Assim seria possível estabelecer uma relação dialogal entre uma antropologia paradigmática e uma empiria crítica.
Palavras-chave: Psicologia da religião, teologia, psicologia.
Abstract
The following paper’s main finding is that in the German-speaking context the dialogue between theology (viz. “religion”) and psychology is marked by mutual skepticism. This fact has had an unfavorable impact on the psychology
of religion. This notwithstanding, the research on the influence of personal religiosity on the soul’s life is taken to be a genuine area of this discipline. And although a lack of interest for the study of religiosity and spirituality is widely perceived, there are incipient signs of a new beginning. In part these are due to the fact the already in the early 20th century German-speaking psychology of religionoccupied a very central position. At present the paper verifies a more significant involvement of theology with psychology than the other way around. Among the possible various reasons for this phenomenon, a major one might be traced back to the fact that spiritual/religious experiences resist to analysis by
the scientific method. Furthermore, the claim is made to the effect that theology (viz. “religion”) and psychology have by now entered some sort of dispute over the human soul. Not least because of that, a fundamental need arises to draw
clear limits between treatments which pursue psychological cure, aiming at the reestablishment of psychological health, and a hermeneutics of life which relies on a religious or worldview basis, aimed at the promotion of existential selfconfidence. Finally the paper suggests possibilities of mutual cooperation. This basically takes shape in a model whereby those issues pertaining to meaning and values are handed over to the competence of theology and philosophy, while their translation to concrete life remains a task for psychology. In this way it would be possible to establish a dialogic relationship between a paradigmatic anthropology
and empirical procedures.
Keywords: Psychology of religion, theology, psychology.
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