Para além da morte de Deus:

variações sobre impiedade e blasfêmia em Rubem Alves

Autores

  • Alexandre Marques Cabral

DOI:

https://doi.org/10.34019/2236-6296.2022.v25.39361

Resumo

O presente artigo possui como objetivo central caracterizar como Rubem Alves reabilita o discurso teológico e religioso a partir do conceito de morte de Deus, tal como pensada por Nietzsche e ressignificada pelo pensador brasileiro. Por um lado, a morte de Deus assinala a crise dos modos metafísicos de compreensão da realidade. Por outro, a morte de Deus possibilita um novo horizonte de tematização da experiência religiosa e de seus respectivos símbolos. Exatamente por isso, Rubem Alves entenderá que a crise das metanarrativas metafísicas permite pensar o sentido da experiência religiosa e da própria teologia como modulações da corporeidade humana e de sua conexão essencial com o mundo histórico da qual fazemos parte. Nesse caso, a experiência religiosa e a teologia surgem de corpos que clamam por transformação qualitativas do mundo e da existência humana. Essas transformações almejam justiça e horizontes de liberdade para os seres humanos. Por isso, o sentido das divindades que nascem de corpos que lutam por justiça e liberdade se revela como blasfêmia e impiedade para os modos hegemônicos de a religiosidade ser exercida para legitimar o status quo injusto e opressor.

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Publicado

2022-10-29

Edição

Seção

Dossiê: ‘Deus morreu, viva Deus: sofrimento e esperança em tempos de pandemia’