Decolonialidade e Mulheres Negras em Goiás

do afrocatolicismo aos feminismos de terreiros

Autores

  • THAIS MARINHO Pontifícia Universidade Católica de Goiás
  • ROSINALDA CORRÊA DA SILVA SIMONI

DOI:

https://doi.org/10.34019/2236-6296.2021.v24.32146

Resumo

Este artigo busca realizar um giro decolonial, a fim de expor a colonialidade de gênero, ao analisar a História das Mulheres Negras em Goiás. Nos propomos a compreender como a espiritualidade nutrida durante o contexto diaspórico, colonial, moderno contemporâneo, emerge enquanto uma diferença colonial, a partir das mesclas, choques e encontros com o catolicismo, que se apresenta como um lócus fraturado, e possibilitaram/possibilitam às mulheres negras suportar e ressignificar as distintas situações de opressão definidas a partir das fronteiras de gênero, raça e classe. Nossa hipótese é de que o estabelecimento do catolicismo, enquanto religião hegemônica do Brasil, dependeu em grande medida da atuação dessas mulheres negras na condução da religiosidade popular, como demonstraremos a partir de uma releitura da literatura sobre religiosidade e povoamento em Goiás do século XVIII ao XX. Assim, as mulheres negras, ainda durante a colonização do Brasil se organizaram, ora por meio do próprio catolicismo, como nas irmandades e congadas, ora por meio da manutenção da espiritualidade ancestral africana nos terreiros, ou em outras agremiações como ranchos e cordões, e essas ações coletivas, que chamamos de feminismos de terreiros, possibilitaram a elas a manutenção de uma coesão que foi perdida ou desarrumada durante o processo de escravização e também o enfrentamento ao racismo e as violências cotidianas contra às mulheres negras.

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Publicado

2022-02-05

Edição

Seção

Seção Temática: Religião e Pós-colonialidade