Comunismo e Religião nas “Voltas do Parafuso”: O Papel da Narrativa e do Símbolo nas Transfigurações do Cotidiano e na Criaçãode um Sentido de Comunidade
Resumo
A influência do pensamento de Otávio Velho em trabalhos (como o meu) que pretendiam nos anos 90 fazer uma “antropologia dos grupos e partidos de esquerda” direcionou-os para o cotejo entre a dimensão do comunismo e a da religião, explorando uma afinidade eletiva que resultaria positiva para o entendimento de ambas dimensões. Isto se deu através da crítica a uma sociologia marxista e antropologia da política que reduziam o papel do símbolo e da narrativa na política à mera analogia com realidades sociais e econômicas, não enxergando sua força constituinte de realidade. Transportando essa discussão para análises sobre o papel das esquerdas no país, enfocadas fundamentalmente pela visão da ciência política, tratava-se de reconhecer nestas uma faceta de imaginário buscando o reconhecimento da existência de uma simbólica da política onde o símbolo na sua autonomia pudesse ser visto como reserva que produz sentido (pelo próprio mecanismo de simbolização) fundando visões de mundo e práticas socio-políticas.
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