Os acontecimentos insólitos no diário de uma adolescente questionadora: análise estética do longa-metragem Vida de Menina de Helena Solberg

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.34019/1981-4070.2023.v17.36679

Palabras clave:

Fantástico, Fantasia, Cinema, América Latina, Feminismo

Resumen

O artigo responde como o uso do gênero audiovisual do fantástico (englobando o fantasmático, a fantasia e o maravilhoso) permite gerar representações para a transformação social, em particular a partir da disseminação de mensagens feministas. As considerações são tecidas com a análise do primeiro longa-metragem ficcional de Helena Solberg: Vida de Menina (2003). Utilizando esses conceitos do fantástico, o artigo percorreu também por algumas obras de outras diretoras latino-americanas que iniciaram sua carreira nas décadas de 1960 e 1970. Elementos que rompem com a realidade – como um espírito que se separa do corpo, metáforas de crucificação de mulheres e a voz assustadora de uma bruxa – aparecem em documentários e ficções desse grupo de autoras. Em especial para a obra de Solberg, destacamos duas sequências de interesse: uma menina sendo arrastada para o inferno em meio a labaredas após não confessar por completo seus pecados; e a morte inexplicável e ao estilo de contos de fadas de uma mulher negra. Essas narrativas debatem o papel das mulheres em relação ao casamento, trabalho e beleza. Defendemos, então, que a obra joga com a personalidade questionadora da protagonista simultaneamente à construção de uma alegoria para as opressões de gênero, mostrando essa violência como inescapável.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Juliana Soares Mendes, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense. Bolsista da FAPERJ. Mestra em Ciências Sociais pelo CEPPAC/UnB. Possui Graduação em Publicidade e Propaganda pela UnB e em Jornalismo pelo IESB.

Citas

ARAÚJO, J. Construção de mundos ficcionais em séries para TV e outras telas. Salvador: Benditas, 2020.

BAKER, D. Why we need dragons: the progressive potential of fantasy. Journal of the Fantastic in the Arts, v. 23, n. 3, p. 437–459, 2012. Disponível em: <https://bit.ly/3UJrwTB>. Acesso em: 30 jan. 2021.

BAKHTIN, M. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. São Paulo: Unesp, 1998.

BASÍLIO, F. “Não pode ser, mas é”: fronteiras do sobrenatural no Cinema Brasileiro contemporâneo. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Artes e Comunicação Social, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2018. Disponível em: <https://bit.ly/3FCupz0>. Acesso em: 30 jan. 2021.

CAMACHO, I. Colectivo Cine Mujer en México (1975-1986), dentro y fuera de cuadro. Una experiencia de cine feminista latinoamericano. In: De cines y feminismos en América Latina: el Colectivo Cine Mujer en México (1975-1986). Monografia (Licenciatura) – Facultad de Filosofía y Letras, Universidad Nacional Autónoma de México, Cidade do México, 2018.

CARVALHO, A. (In)verosímil e fantástico ou a arte de provocar o medo. Carnets, v. 3, p. 71-97, 2011. Disponível em: <http://journals.openedition.org/carnets/5958>. Acesso em: 30 jan. 2021.

CORTÉS, M. Centroamérica: Imágenes y Mujeres. Cuadernos Intercambio sobre Centroamérica y el Caribe, v. 2, n. 3, p. 1-13, 2005. Disponível em: <https://bit.ly/3KIp2jJ>. Acesso em: 30 jan. 2021.

COSTA, N. A representação feminina no cinema de Helena Solberg: uma estética da diferenciação. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Humanidades, Artes e Ciências, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019. Disponível em: <https://bit.ly/3JUgtD5>. Acesso em: 30 jan. 2021.

FANTIN, M. Cinema e Imaginário Infantil: a Mediação Entre o Visível e o Invisível. Educação & Realidade, v. 34, n. 2, p. 205-224, 2009. Disponível em: <https://bit.ly/3KJTk5o>. Acesso em: 30 jan. 2021.

FEDERICI, S. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

GÓMEZ, D.; RÍOS, P. Cine Mujer, una propuesta de gênero. In: La presencia de la mujer en el cine colombiano. Monografia (Bacharelado) – Facultad de Comunicación Social, Universidad Pontificia Bolivariana, Medellín, 2002.

HOLANDA, K. Documentaristas brasileiras e as vozes feminina e masculina. Significação: Revista de Cultura Audiovisual, v. 42, n. 44, p. 229-358, 2015. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/significacao/article/view/103434>. Acesso em: 30 jan. 2021.

MITTELL, J. Genre and television: from cop shows to cartoons in American culture. Londres: Routledge, 2004.

MORLEY, H. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia de Bolso, 2016.

MULHERES DO CINEMA BRASILEIRO. Helena Solberg. Tiradentes, 2005. 1 entrevista/depoimento. Disponível em: <https://bit.ly/3my8h2J>. Acesso em: 30 jan. 2021.

ORSOLIN, S.; MELO, C. Minha vida de menina, de Helena Morley: um olhar sobre os perfis das mulheres oitocentistas. Terra roxa e outras terras: Revista de Estudos Literários, v. 35, p. 45-58, 2018. Disponível em: <https://bit.ly/3mzDG4P>. Acesso em: 30 jan. 2021.

PETZOLD, D. Fantasy fiction and related genres. Modern Fiction Studies, v. 32, n. 1, p. 11-20, 1986. Disponível em: <https://bit.ly/3L3q9Me>. Acesso em: 30 jan. 2021.

SOUTO, M. Infiltrados e invasores: Uma perspectiva comparada sobre as relações de classe no cinema brasileiro contemporâneo. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016. Disponível em: <http://www.ppgcom.fafich.ufmg.br/defesas/144D.PDF>. Acesso em: 13 mar. 2023.

TAVARES, M. Helena Solberg: trajetória de uma documentarista brasileira. Tese (Doutorado) – Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2011. Disponível: <https://bit.ly/3GN5adO>. Acesso em: 13 mar. 2023.

TEDESCO, M. Josefina Jordán e ¡Sí, podemos! Transgressões de gênero no Nuevo Cine Latinoamericano. In: SOUZA, G.; CÁNEPA, L.; BRAGANÇA, M. (Orgs.). XIII Estudos de Cinema e Audiovisual SOCINE, São Paulo: Socine, p. 185-196, 2012. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2023.

VEIGA, A. Uma história de cinema e censura durante a ditadura brasileira: entrevista com Tereza Trautman. Revista Estudos Feministas. v. 23, n. 3, p. 839-860, 2015. Disponível em: <https://bit.ly/43EEBkR>. Acesso em: 13 mar. 2023

XAVIER, I. Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo, cinema marginal. São Paulo: Cosac & Naify, 2012.

Publicado

2023-04-30

Cómo citar

MENDES, J. S. . Os acontecimentos insólitos no diário de uma adolescente questionadora: análise estética do longa-metragem Vida de Menina de Helena Solberg. Lumina, [S. l.], v. 17, n. 1, p. 179–194, 2023. DOI: 10.34019/1981-4070.2023.v17.36679. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/36679. Acesso em: 17 jul. 2024.