Fake News e Covid-19: análise de projetos governamentais brasileiros de checagem de fatos
DOI:
https://doi.org/10.34019/1981-4070.2021.v15.34750Palabras clave:
Fake News, Coronavirus, Bahia contra o Fake, Saúde sem Fake News, Ministério da Saúde RespondeResumen
O objetivo deste artigo é mostrar que em três projetos governamentais de checagem de informações falsas, a estrutura da verificação é similar à das Fake News (FN) que pretendem combater. Os projetos nem sempre apresentam provas concretas com referências claras e objetivas sobre a falseabilidade das informações. Investigamos duas iniciativas do governo federal (Saúde sem Fake News e Ministério da Saúde Responde) e uma do governo baiano (Bahia contra o Fake), cujo intuito é checar informações sobre a pandemia de Covid-19 e informar ao público sobre a veracidade ou não destas. Foram analisadas todas as checagens dos três projetos entre fevereiro e setembro de 2020. Apontamos ainda que, devido à forma de divulgação dessas checagens, torna-se imprescindível que as ações de verificação de informações falsas sejam disseminadas em rede para que surtam efeito e para que também ocorram iniciativas contra os seus financiadores, visto que não acontece em nenhum desses projetos. Eles se restringem apenas a publicar as checagens nos sites e no bot do WhatsApp, o que limita bastante o alcance e a eficiência da ação contra as FN.
Descargas
Citas
BAHIA (Estado). Secretaria de Comunicação do Estado da Bahia. Bahia contra o fake. Disponível em: <https://bahiacontraofake.com.br/>. Acesso em: 14 jun. 2020.
BALL, J. Post-Truth: How bullshit conquered the world. Londres: Biteback Publishing, 2017.
BENETTI, M.; LISBOA, S. O jornalismo como crença verdadeira justificada. Brazilian Journalism Research, v. 11, n. 2, p. 10-29. DOI: <http://dx.doi.org/10.25200/bjr.v11n2.2015.664>.
BERTOLLI FILHO, C.; MONARI, A. C. P. Saúde sem Fake News: estudo e caracterização das informações falsas divulgadas no Canal de Informação e Checagem de Fake News do Ministério da Saúde. Revista Mídia e Cotidiano, Niterói, v. 13, n. 1, 2019. DOI: <https://doi.org/10.22409/ppgmc.v13i1.27618>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde lança canal para atender população no WhatsApp. Brasília: Ministério da Saúde, On-line, 26 mar. 2020. Disponível em:<https://www-hmg.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46607-ministerio-da-saude-lanca-canal-para-atender-populacao-no-whatsapp>. Acesso em: 11 jul. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde sem Fake News, On-line, 2020. Disponível em: <http://saude.gov.br/fakenews>. Acesso em: 15 mar. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde responde, On-line, 2020. WhatsApp/Facebook. Disponível no número: <+55 61 9938-0031>. Acesso em 11 jul. 2020.
CANCIAN, N. Fake news atingem 85% das mensagens sobre coronavírus checadas pelo Ministério da Saúde. Folha de São Paulo, São Paulo, 29 fev. 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/02/fake-news-atingem-85-das-mensagens-sobre-coronavirus-checadas-pelo-ministerio-da-saude.shtml>. Acesso em: 29 jun. 2021.
DOURADO, T. Fake News na eleição presidencial de 2018 no Brasil. 2020. 308 f. Tese (Doutorado em Comunicação) - Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020. Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/31967/1/Tese_Tatiana%20Dourado.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2021.
GALHARDI, C.; FREIRE, N.; MINAYO, M. C.; FAGUNDES, M. C. Fato ou Fake? Uma análise da desinformação frente à pandemia da Covid-19 no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 2, p. 4201-4210, 2020. DOI: <http://dx.doi.org/10.1590/1413-812320202510.2.28922020>.
HENRIQUES, R. P. O conceito de objetividade jornalística em Luiz Amaral e Wilson Gomes. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM JORNALISMO, 14, 2016, Palhoça, SC. Brasília: SBPJOR, 2016, p. 1-18. Disponível em: <http://sbpjor.org.br/congresso/index.php/sbpjor/sbpjor2016/paper/viewFile/284/113>. Acesso em: 4 mai. 2021.
LATOUR, B. Investigação sobre os modos de existência: Uma antropologia dos modernos. Petrópolis: Vozes, 2018.
LEMOS, A., OLIVEIRA, F. Fake News e WhatsApp: um estudo da percepção do efeito em terceiros. Revista Comunicação e Sociedade, São Bernardo do Campo, v. 42, n. 1, p. 193-227, jan./abr. 2020. Disponível em: <https://doi.org/10.15603/2175-7755/cs.v42n1p193-227>.
LEMOS, A.; OLIVEIRA, F. Fake News e cadeias de referência. Análise do Facebook e de checagens da Lupa e Aos Fatos. Revista Fronteiras, São Leopoldo, RS, v. 3, n. 2, mai./ago. 2021. DOI: <https://doi.org/10.4013/fem.2021.232.06>. Acesso em: 25 mai. 2021.
MAYARA, J. Coronavírus: Fake News atinge 110 milhões de brasileiros. Estado de Minas, Belo Horizonte, 21 mai. 2020. Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/bem-viver/2020/05/21/interna_bem_viver,1149424/coronavirus-fake-news-atinge-110-milhoes-de-brasileiros.shtml>. Acesso em: 24 fev. 2021.
MORAES, M. Brasil lidera desinformação sobre número de casos e mortes por Covid-19 no mundo. Folha de S. Paulo, São Paulo, 10 jun. 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/brasil-lidera-desinformacao-sobre-numero-de-casos-e-mortes-por-covid-19-no-mundo.shtml>. Acesso em: 25 fev. 2021.
PODER 360. Brasil é o país onde há mais preocupação com fake news. Poder 360, 16 jun. 2020. Disponível em: <https://www.poder360.com.br/midia/brasil-e-o-pais-onde-ha-mais-preocupacao-com-as-fake-news>. Acesso em: 25 fev. 2021.
RODRIGUES, C. Blogs e a fragmentação do espaço público. Covilhã: Livros Labcom, 2006. Disponível em: <https://labcom.ubi.pt/ficheiros/rodrigues-catarina-blogs-fragmentacao-espaco-publico.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2021.
SANTOS, J. G. B. et al. WhatsApp, política mobile e desinformação: a hidra nas eleições presidenciais de 2018. Comunicação & Sociedade, São Bernardo do Campo, v. 41, n. 2, p. 307-334, mai./ago. 2019. Disponível em: <https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/CSO/article/view/9410>. Acesso em:
TANDOC, E. C.; LIM, Z. W.; LING, R. Defining “Fake News”. A typology of scholarly definitions. Digital journalism, v. 6, n. 2, p. 137-153, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1080/21670811.2017.1360143>.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).